Ex-governador Wilson Witzel será reconvocado a depor na CPI da Covid

Com base no habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele pediu para encerrar o seu depoimento na comissão nesta quarta-feira (16)

Witzel deixa CPI do Senado (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou requerimento para um nova convocação do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel. Com base no habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele pediu para encerrar o seu depoimento na comissão nesta quarta-feira (16).

“Acabo de solicitar à Presidência da CPI da Covid, novo depoimento do ex-governador Wilson Witzel. Acreditamos que o ex-governador ainda tem muito a falar e não podemos deixar o relatório da CPI ser atingido por interferência e intimidações externas”, disse Randolfe.

O ex-governador foi alvo da tropa de choque bolsonarista na comissão. Pouco antes de decidir parar de depor, ele bateu boca com governista Jorginho Mello (PL-SC), que o chamou de “picareta” sem permitir sua defesa. Mais cedo, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, reapareceu no colegiado tentando intimidar o depoente, que respondeu: “Se o senhor fosse mais educado e menos mimado, seria mais respeitado.”

“Houve hoje na CPI uma tentativa de intimidar o depoente por parte do filho do presidente. Entre falta de educação e ameaças, a comissão segue seu trabalho para iluminar o caminho que nos trouxe ao morticínio”, avaliou o relator Renan Calheiros (MDB-AL).

Num depoimento de quatro horas, Witzel responsabilizou o presidente Bolsonaro pelo número de mortes na pandemia no país. Disse que começou a ser perseguido após o aprofundamento das investigações do caso Marielle Franco, vereadora morta no Rio.

“Só não conseguimos evitar mais mortes porque não tivemos a coordenação do governo federal. A sucessão de ministros da Saúde dificultou. Deputados sabotaram os hospitais de campanha”, disse o ex-governador, que, em reunião secreta, pretende fazer revelações graves à CPI.

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