Pazuello sabia da falta de oxigênio no AM quando lançou o TrateCov

A revelação foi feita nesta terça-feira (15), na CPI da Covid, pelo ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, após responder questionamento do vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

O ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo depõe na CPI (Foto: Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Após os avisos no dia 7, 9 e 10 de janeiro sobre a iminência da falta de oxigênio na rede hospitalar de Manaus, o Ministério da Saúde lançou na cidade no dia 11 daquele mês o TrateCov, aplicativo que recomenda o uso de cloroquina para o tratamento contra o novo coronavírus. Um detalhe: o evento teve a participação do então ministro Eduardo Pazuello e a secretária da Gestão do Trabalho da pasta, Mayara Pinheiro.

A revelação foi feita nesta terça-feira (15), na CPI da Covid, pelo ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelos, após responder questionamento do vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “Antes do lançamento desse evento, que foi, se eu não me engano, 10h da manhã, houve a reunião, 8h da manhã, com o ministro Pazuello e a White Martins para verificar essa questão do apoio logístico. A partir daí, os assessores do ministro começaram a tratar desse apoio específico. O evento foi logo em seguida”, explicou Campelo.

“O senhor solicitando oxigênio, e a primeira resposta que eles dão é o lançamento do TrateCov. Dia 11 ou dia 12 tem o lançamento do TrateCov lá, e não as providências em relação ao fornecimento de oxigênio, é isso?”, questionou o vice-presidente da comissão. “É isso”, respondeu o ex-secretário.

“Manaus colapsou por falta de oxigênio. Em resposta à nossa pergunta, o ex-secretário de Saúde do Amazonas confessa que: Na data do lançamento do TrateCOV (11), a demanda de oxigênio sequer foi tratada. Eles nem sabiam do que se tratava o TrateCOV”, disse Randolfe.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) também fez a mesma observação: “Ao responder questionamento do senador Randolfe, o ex-secretário Marcellus deixa claro que o ministro Pazuello, já ciente do colapso de oxigênio no Amazonas, preferiu lançar o aplicativo TrateCov, que ninguém sequer sabia do que se tratava. Delinquente!”

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