Custo da cesta básica sobe em 14 capitais e chega a R$ 636,96

Na maioria das capitais pesquisadas, subiram os preços do açúcar, óleo de soja, carne bovina, café em pó, pão francês, leite integral e manteiga.

Alimentação está cada vez mais cara - Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

O custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 14 capitais em maio na comparação com abril, com elevações entre 4,91% (Natal) e 1,97% (Belém e Recife). As informações são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica, realizada em 17 capitais pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A cesta mais cara em maio de 2021 foi a de Porto Alegre (R$ 636,96), seguida pelas de São Paulo (R$ 636,40), Florianópolis (R$ 636,37) e Rio de Janeiro (R$ 622,76). As que registraram menor custo foram Aracaju (R$ 468,43) e Salvador (R$ 470,14).

Comparando o custo entre maio de 2020 e maio de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. As maiores altas foram observadas em Brasília (33,36%), Campo Grande (26,28%), Porto Alegre (22,82%) e Florianópolis (21,43%).

Já nos cinco primeiros meses de 2021, as capitais com os principais aumentos foram: Curitiba (12,68%), Natal (9,35%), Porto Alegre (3,46%), João Pessoa (3,46%) e Florianópolis (3,38%).

Açúcar, óleo, carne bovina, pão, leite e manteiga sobem

Na maioria das capitais pesquisadas, houve aumento mensal dos preços do açúcar, óleo de soja, carne bovina, café em pó, pão francês, leite integral e manteiga. Por outro lado, o custo da banana diminuiu na maior parte das cidades que fazem parte da pesquisa do Dieese.

O açúcar apresentou elevação de preço em 16 capitais e as taxas oscilaram entre 0,95%, em Natal, e 7,43%, em Curitiba. Segundo os pesquisadores, houve maior demanda pelo produto e menor oferta, uma vez que a moagem começou tardiamente e a produtividade nos canaviais foi reduzida. Com isso, os preços subiram no varejo.

O valor médio do quilo da carne bovina de primeira também aumentou em 16 cidades em relação a abril. As maiores variações foram registradas em Salvador (6,09%), Curitiba (5,70%), Florianópolis (4,76%) e Vitória (4,57%). A forte demanda externa, os altos custos de produção e a baixa oferta de animal para o abate ajudam a explicar a alta em maio.

O preço médio do óleo de soja aumentou em 15 capitais. As maiores elevações ocorreram em Curitiba (12,75%), Porto Alegre (4,95%), Campo Grande (3,33%) e Florianópolis (3,00%). Em Aracaju, o preço diminuiu (-2,56%). De acordo com o Dieese, mesmo com a oscilação do valor da soja no mercado internacional e a redução da demanda de óleo para a produção de biocombustível, os produtores do setor alimentício tiveram dificuldades para conseguir matéria-prima, o que se refletiu no preço.

O valor do café, por sua vez, aumentou em 15 cidades. As maiores variações foram em João Pessoa (5,07%), Fortaleza (4,52%), Brasília (3,90%) e Curitiba (3,78%).  A queda na oferta e o clima desfavorável para a lavoura elevaram o preço do grão, segundo o Dieese.

Presença diária no café da manhã, o pãozinho francês subiu em 13 capitais. As altas variaram entre 0,36%, em São Paulo, e 1,67%, em Recife. Houve queda em Campo Grande (-1,99%), Florianópolis (-1,31%) e João Pessoa (-0,09%). Entre as razões para os aumentos estão o crescimento do consumo de pão nas residências durante a pandemia, apontado por alguns estudos, e a alta nos valores médios da farinha para panificação, que começou a acompanhar as valorizações do trigo.

Entre abril e maio, o litro do leite integral aumentou em 12 capitais e o quilo da manteiga, em 10 cidades. As maiores altas do leite foram observadas em: Curitiba (5,45%), Goiânia (3,42%), Brasília (3,09%), Vitória (2,69%) e Porto Alegre (2,46%). Para a manteiga, as principais elevações ocorreram em Campo Grande (4,11%) e Curitiba (4,08%).

A alta nos valores dos dois produtos ocorreu por causa da entressafra do leite, do clima seco e dos maiores custos de produção, envolvendo principalmente os insumos.

Banana cai

Em maio, o preço médio da banana recuou em 14 cidades em relação a abril. A pesquisa faz uma média ponderada dos tipos prata e nanica. As retrações oscilaram entre -17,68%, em Brasília, e -1,83%, em Recife. Foram observadas altas em Curitiba (2,55%) e Belém (0,87%). De acordo com o Dieese, a oferta de banana nanica foi maior, o que pressionou a queda de preço da banana prata.

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