Bolsonaro força CBF a demitir Tite e abraçar a “Copa América da Morte”

Copa América 2021 virou “questão de honra” para o governo

Jair Bolsonaro deu ordens para que seu governo trate a Copa América 2021 como “questão de honra”, informa neste domingo (6) o jornal espanhol As. Segundo a publicação, o presidente está disposto a tratar a Seleção Brasileira como um novo braço do bolsonarismo, a ponto de ele se movimentar nos bastidores para forçar a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) a demitir o técnico Tite.

O objetivo de Bolsonaro é colocar no cargo alguém alinhado com sua ideologia política. O nome favorito é o de Renato Gaúcho, que deixou o Grêmio recentemente. Para pressionar a CBF, aliados de Bolsonaro fazem campanha nas redes sociais desde sexta-feira (4) contra o atual treinador e divulgam imagens dele ao lado do ex-presidente Lula (PT), com a hashtag #ForaTite.

A campanha inclui fake news, como insinuar que Tite é contra a realização do torneio no Brasil não pela pandemia, mas por Bolsonaro. Mas, nesse duelo, o elenco fecha com Tite. Jogadores e comissão técnica preparam um manifesto sobre a Copa América. “Não podemos falar do assunto, mas todos sabem nosso posicionamento. O Tite deixou claro o que pensamos”, disse Casemiro na sexta-feira, após o jogo entre Brasil e Equador pelas Eliminatórias da Copa-2022. “Falo em nome de todos os jogadores, com Tite e comissão técnica. É unânime.”

Surpreendido pelo isolamento, Bolsonaro montou um gabinete de crise para contornar a insatisfação dos atletas e tentar obrigá-los a jogarem o torneio como uma espécie de “guerra política”. Cresce, no entanto, o repúdio popular à Copa América, já batizada de “Cova América”, “Covid América” e “Copa América da Morte”.

Neste sábado (5), Bolsonaro participou de videoconferência com membros da Conmebol e reafirmou o apoio do governo à realização do campeonato. Em novo sinal de desprestígio do torneio, os capitães das dez seleções participantes foram sondados a aparecer na reunião, mas nenhum aceitou.

Tanto Bolsonaro quanto Rogério Caboclo, presidente da CBF, enxergam a Copa América como uma oportunidade de fortalecimento em seus cargos. Odiado por jogadores e cartolas, Caboclo ainda é acusado por assédio sexual e moral por uma funcionária da CBF e não possui apoio político dentro da entidade.

A Copa América 2021 deixou de ser realizado na Colômbia e Argentina, como previsto inicialmente, por manifestações políticas e descontrole nos casos de Covid-19. Transferido absurdamente para o Brasil, o torneio se estenderá de 13 de junho a 10 de julho.

Com informações do Lance e do Poder360