CPI da Covid reconvoca ex-ministro Pazuello e o atual Marcelo Queiroga

No caso do general Pazuello, os senadores avaliam que por diversas vezes ele entrou em contradição e, no domingo passado (23), no Rio de Janeiro, ao lado de Bolsonaro, participou de ato político com motociclistas sem o uso da máscara e promovendo aglomeração, condutas que afirmou ser contra no seu depoimento

(Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (26) uma nova convocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do atual comandante da pasta, Marcelo Queiroga. Segundo a direção da comissão, eles deixaram sem respostas, nos depoimentos anteriores, questões importantes sobre cadeia de comando no combate à pandemia do coronavírus, o uso de medicação sem comprovação cientifica e política de isolamento social.

No caso do general Pazuello, os senadores avaliam que por diversas vezes ele entrou em contradição e, no domingo passado (23), no Rio de Janeiro, ao lado de Bolsonaro, participou de ato político com motociclistas sem o uso da máscara e promovendo aglomeração, condutas que afirmou ser contra no seu depoimento.

“Após declarar, por exemplo, que sempre foi favorável ao uso de máscaras e ao isolamento social, o general da ativa decidiu participar de manifestação convocada pelo presidente sem as devidas precauções diante da pandemia que assola a população brasileira, fomentando atitudes que colocam a vidas das pessoas em risco. Essas e outras mentiras precisam ser esclarecidas”, afirmou o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). 

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), disse que o ex-ministro depôs com um habeas corpus debaixo do braço para não ser preso. “O Pazuello foi lá e defendeu Bolsonaro como se estivesse defendendo o filho dele. Talvez um pai não mentisse tanto pelo filho como o Pazuello mentiu pelo Bolsonaro”, afirmou. Omar disse esperar que desta vez não ocorra ingerência do Supremo Tribunal Federal (STF) no novo depoimento.

Marcelo Queiroga também terá que esclarecer algumas contradições, entre as quais a afirmação de que não havia mais protocolo sobre o uso de cloroquina no Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, a pasta continua orientando o medicamento no tratamento precoce para Covid-19.

“O depoimento foi contraditório em diversos aspectos. Um deles diz respeito à afirmação de que, na gestão dele, não há promoção do uso da hidroxocloriquina para tratamento da covid. Todavia, o ministro, até o presente momento, não revogou a portaria do Ministério da Saúde que prescreve o uso da medicação”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE), um dos autores do pedido de reconvocação do ministro.

Governadores

A CPI aprovou ainda a convocação de nove governadores e do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel para depor sobre suspeitas de desvio de recursos destinados ao combate ao coronavírus em estados e capitais.

Os convocados são: Wilson Lima (AM), Hélder Barbalho (PA), Ibaneis Rocha (DF), Mauro Carlesse (TO), Carlos Moisés (SC), Antônio Denarium (RR), Waldez Góes (AP), Marcos Rocha (RO) e Wellington Dias (PI).

Com informações da Agência Senado

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