Pazuello defende aplicação de medicamento não comprovado contra Covid-19

O uso de cloroquina no tratamento da Covid-19 continua sendo recomendado pelo presidente Bolsonaro e integrantes da sua tropa aliada na CPI

Eduardo Pazuello chega para seu depoimento à CPI (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Na fala inicial que precede o seu interrogatório na CPI da Covid, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse nesta quarta-feira (19) que a Covid-19 é uma doença desconhecida que atingiu o mundo inteiro. Apesar de reconhecer que não “há medicação viral específica e não há tratamento cientificamente comprovado contra a doença”, ele disse que a prescrição médica off label, ou seja, sem indicação na bula, é uma prerrogativa dos médicos.

O uso de cloroquina no tratamento da Covid-19 continua sendo recomendado pelo presidente Bolsonaro e integrantes da sua tropa aliada na CPI.  

A prescrição de medicação off label é uma prerrogativa dos médicos de aplicar (…) segundo seu entendimento nunca para alcançar dano ou mal ao alguém”, disse o ex-ministro que falou sobre sua trajetória militar e um retrospecto das ações que foram tomadas pelo governo quando estava na pasta.

Na terça-feira (11), o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, deu um depoimento que vai na contramão do que defende Pazuello. Ele disse o seguinte à CPI: “Jamais aprovamos protocolo de tratamento com medicação off label; a Anvisa não trabalha em absoluto com off label”, destacou.

Ao lado do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Madetta, Barra Torres foi um dos que se posicionaram, durante reunião no Palácio do Planalto, contra alteração na bula da cloroquina para recomendar o medicamaneto no tratamento da Covid-19.

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