Nesta terça (18), tem live de estreia da TV Grabois no Face e Youtube

A grade de programação começou, nesta segunda (17), com vídeo sobre a produção farmacêutica da China, com o especialista Elias Jabbour, e live no Instagram com convidados. Amanhã tem a cientista política Ana Prestes falando de geopolítica e América Latina.

Não perca nesta terça-feira a live de estreia da TV Grabois no Facebook e no Youtube, a partir das 18 horas. Em pouco mais de uma hora, os principais youtubers do canal apresentarão sua contribuição na grade de programação, com participação de convidados.

As transmissões ao vivo ocorrem com Manuela d’Ávila, Olivia Santana, Ana Prestes, Dani Balbi, Fábio Palácio e Elias Jabbour. Nesta segunda, saudaram a novidade a jornalista Renata Mielli, do movimento de luta pela Comunicação Democrática e a presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos. Manuela D´Ávila mediou as apresentações, destacando o time de youtubers que vai comandar essa primeira grade de programas.

Os envolvidos querem cobrir uma lacuna de conteúdos digitais na internet sobre temas complexos que, quando são tratados, nem sempre trazem de um ponto de vista marxista, geralmente filtrados por uma visão preconceituosa e permeada de interesses ideológicos que contaminam a interpretação. O objetivo é surpreender com temas e pontos de vista que ajudam a mostrar fatos e ideias que são silenciados na maior parte da mídia disponível.

Segundas-feiras: “Meia noite em Shangai”

As explicações sobre a dinâmica econômica assombrosa da China, por exemplo, são sempre reducionistas e incapazes de compreender a complexidade do fenômeno sem levar em conta a dimensão político-ideológica que move a governança daquele país. Parâmetros do capitalismo neoliberal ocidental não conseguem alcançar as transformações profundas que ocorrem no país asiático.

Elias Jabbour é o estudioso do assunto, com obras publicadas e referenciadas pelo mundo. Ele é professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ. Não tem medo da polêmica e costuma trazer pontos de vista originais e ousados para a análise do tema.

Terças-feiras: “Miramundo”

As convulsões que avançam sobre toda a América Latina, assim como aqueles que se espalham pelo mundo são o tema da socióloga Ana Prestes. A cada grande mobilização de protestos em países vizinhos, somos surpreendidos por explicações truncadas que não dão conta do contexto histórico que leva os países a turbulências que derrubam governos e reinauguram nações.

Ouvir Ana é a oportunidade de entender de onde vêem e para onde vão os destinos de países desiguais e atingidos por políticas econômicas selvagens e desconectadas das necessidades da população.

Ana é socióloga, mestre e doutora em Ciência Política. Analista Internacional, autora de livros infantis e pesquisadora da história das mulheres brasileiras na política.

Quartas-feiras: “Cabeça Feita”

Todo mundo quer likes para o debate sobre feminismo, racismo e juventude periférica. Muitos falam sobre esses assuntos, abusando do excesso de temas e opiniões, nem sempre tendo legitimidade para tratar de temas tão complicados. Pontos de vista personalistas e subjetivos são muito comuns, não fazendo a conexão com a história e o contexto político que fragmentam a sociedade em tantas lutas individuais.

A primeira mulher negra deputada na Assembleia Legislativa da Bahia, Olívia Santana (PCdoB), vai fazer a sua parte na grade da TV Grabois. Os temas da luta racial precisam ser invertidos da lógica de intelectuais brancos que dominou a interpretação, muitas vezes conciliatória, para ganhar o ponto de vista de quem está imerso na cultura das periferias negras e seus enfrentamentos. A vinculação dos movimentos negros com a luta socialista também é um lembrete de como a luta racial não pode estar desconectada da luta de classes. Olívia é pedagoga e foi vereadora de Salvador por 10 anos.

Quinta-feira: “Cultura em Movimento”

O professor de Comunicação da UFMA, Fabio Palácio, é outro estudioso que acompanha com olhar dialético e marxista as transformações culturais que a tecnologia, a comunicação e as mídias têm provocado no mundo. Ele começa tratando de temas candentes como o mundo da pós-verdade, com suas estratégias de desinformação e táticas de disseminação de fake news. O modo como as redes sociais são instrumentalizadas para hegemonizar esse clima de relativismo da realidade e favorecer a ascenção de forças políticas deletérias para a democracia.

Como os demais autores, o jornalista vai desmistificar autores que contribuem para essa atmosfera cultural e política pós-moderna para realçar o papel de autores que olham para esses fenômenos com olhos do materialismo histórico-dialético. Esse ambiente ético e epistêmico da pós-verdade, que cobre o mundo da comunicação e da cultura, é exatamete o que combate cada um dos estudiosos que comparece na TV Grabois a cada semana. Uma estridência que inviabiliza a liberdade de expressão ao tornar o debate totalmente desvinculado de razão e fundamento.

De acordo com ele, ao ler autores como Raymond Williams, a esquerda precisa voltar a pensar a cultura do ponto de vista marxista, como faziam a Escola de Frankfurt. Segundo Williams, a esquerda ficou para trás nesse debate ao classificar a cultura como reflexo da economica e da política, como um fenômeno de segunda ordem.

Sexta-feira: “Sexta contragolpe”

Manuela e Dani Balbi em live de estreia no Instagram

Para encerrar a semana, Dani Balbi e a Manuela D’Ávila vão sextar na TV Grabois comentando o que aconteceu de importante na semana. E começaram comentando o 17 de maio, Dia Internacional de Luta contra a Homofobia e Transfobia, que dominou as redes sociais, hoje. Dani é um caso raro de mulher trans negra e periférica, que ocupa lugares de poder negados à maioria da população que vem desse contexto. A própria expectativa de vida de mulheres como ela é abreviada pela violência cotidiana do Brasil.

Ela destacou a “misoginia estruturante” da sociedade brasileira como fator que a tornam uma exceção à norma. Esse olhar que parte de um lugar de fala que observa as estruturas de poder a partir de um corpo que é frequentemente alvo da normatividade patricarcal e racista da sociedade é o trunfo da reflexão de Dani e Manuela sobre os acontecimentos cotidianos da semana.

Ambas estão atentas à luta para derrotar o governo genocida de Bolsonaro. De dentro da UFRJ, que se encontra sob ameaça de fechar, no momento em que elege sua primeira reitora mulher, Dani tem um olhar privilegiado sobre os ataques que sofre a ciência, a pesquisa e a formação da juventude, que contribuem tanto nesse momento de pandemia para a luta por vacinas e a valorização do Sistema Único de Saúde. A CPI da Covid será um momento privilegiado para denunciar o descaso do governo com a ciência e o povo brasileiro.

Dani é doutora em Ciência da Literatura pela UFRJ, pesquisadora de dramaturgia, teatro e cinema, além de Professora de Roteiro da Escola de Comunicação Social da UFRJ. Manuela D’Ávila é jornalista, escritora e mestre em políticas públicas. É presidente do Instituto E Se Fosse Você?, de combate à Fake News. Foi a vereadora, deputada federal, deputada estadual, sendo a mais bem votada em todas as eleições, candidata à vice-presidência da República em 2018 e candidata à prefeita de Porto Alegre em 2020.

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