Bolsonaro negligenciou compra de vacinas, diz presidente da CPI da Covid

“Não houve nenhum interesse na compra da vacina no primeiro momento. Se apostou muito na imunização de rebanho, kit cloroquina, ivermectina”, criticou Omar Aziz

Os senadores Randolfe Rodrigues, Omar Aziz e Renan Calheiros durante entrevista após a instalação da CPI da Pandemia, no Senado Federal | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em entrevista à Folha de São Paulo, o presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), disse que o presidente Bolsonaro negligenciou inicialmente a compra de vacinas. “Não houve nenhum interesse na compra da vacina no primeiro momento. Se apostou muito na imunização de rebanho, kit cloroquina, ivermectina”, criticou.

Ainda segundo o presidente da CPI, pelas informações que foram colhidas, “poderíamos ter tido vacina bem antes do planejado e uma quantidade bastante grande”. Segundo ele, a carta endereçada pela Pfizer não foi só ao presidente, mas para muita gente do alto escalão do governo.

“A gente não entende por que nenhum deles se prestou a dar uma ligada, mandar alguém procurar saber a oferta das vacinas. Isso foi em agosto, (então veio) setembro, outubro, novembro. Se tivéssemos feito isso em agosto, em dezembro nós teríamos começado a vacinar as pessoas”, comentou.

Para o presidente da CPI, a maior parte dos erros cometidos por Bolsonaro são consequência do mau aconselhamento, embora ele não possa usar esse fato para se eximir da culpa. “O governo errou desde o primeiro momento. Não apostou no isolamento, não apostou na máscara, no álcool em gel, na vacina, uma série de coisas que poderiam ter ajudado a salvar pessoas. E continuam apostando na cloroquina”, diz.

Habeas corpus

Por fim, Omar criticou a decisão do STF de conceder o habeas corpus para permitir que o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, fique calado durante o depoimento, já que o considera peça importante.

“Acho que o ex-ministro Pazuello é a pessoa que pode nos dar mais informações, porque começou com ele. Veja bem, quando a Pfizer procura o Brasil, ele foi uma das pessoas que recebeu a carta. Por que não respondeu? Deram ordem para ele não responder? É isso que queremos saber. Não era política do Ministério da Saúde adquirir vacina?”, questionou.

Fonte: BNC Amazonas