Pfizer diz que Carlos Bolsonaro participou de reunião sobre vacinas

A CPI da Covid investiga se houve um “assessoramento paralelo” ao governo federal no enfrentamento à pandemia.

O vereador Carlos Bolsonaro - Foto: Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo confirmou nesta quinta-feira (13) à CPI da Covid a participação do vereador Carlos Bolsonaro em reunião do governo com a empresa durante as tratativas sobre a venda da vacina.

Murillo foi convocado a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito como testemunha. Segundo ele, além Carlos Bolsonaro, o assessor especial da presidência Filipe Martins também esteve no encontro.

Este é o sexto dia de depoimentos da CPI do Senado que apura ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da COVID-19, escreve o portal G1.

“Sobre as reuniões, me foi solicitado procurar informações sobre a reunião que nossa diretora jurídica teve com o senhor Fabio Wajngarten no dia 7 de dezembro. Então, se me permitir, posso relatar o que ela oficialmente enviou para mim”, disse Carlos Murillo.

“Após aproximadamente uma hora de reunião, Fabio [Wajngarten] recebeu uma ligação, sai da sala e retorna para reunião. Minutos depois entram na sala de reunião Filipe Garcia Martins e Carlos Bolsonaro. Fabio explicou a Filipe Garcia Martins e a Carlos Bolsonaro os esclarecimentos prestados pela Pfizer até então na reunião. Carlos ficou brevemente na reunião e saiu da sala. Filipe Garcia Martins ainda permaneceu na reunião”, contou Murillo à CPI.

A CPI investiga se houve um “assessoramento paralelo” ao governo federal, conforme apontou o depoimento do ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta, na definição do enfrentamento à pandemia.

A hipótese levantada pela CPI sustenta que o presidente Jair Bolsonaro ignorou conselhos do Ministério da Saúde, tendo sido assessorado por uma equipe “clandestina”, supostamente defensora de medicamentos ineficazes contra o coronavírus e a favor de uma abertura econômica completa, apesar das infecções no país.

Curiosamente, Murillo disse que não poderia confirmar a participação dos dois (Carlos e Filipe) nas reuniões. O relator, então, ameaçou convocar outras duas representantes da Pfizer para prestar esclarecimentos. Passado um breve recesso, o gerente-geral da farmacêutica voltou atrás, e confirmou a presença de Carlos Bolsonaro e Filipe Martins.

Fonte: Sputnik Brasil