Medicamentos puxam inflação de abril, que fica em 0,31%

Segundo dados divulgados pelo IBGE, nos últimos 12 meses o IPCA acumula alta de 6,76%, acima do teto da meta do governo, que é de 5,25%.

Governo autorizou reajuste de até 10,08% nos preços dos remédios - Foto: Conselho Nacional de Saúde (CNS)

Pressionada pela alta nos preços dos produtos farmacêuticos, a inflação de abril ficou em 0,31%. No ano, o índice acumula alta de 2,37% e, em 12 meses, de 6,76%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No dia 1º de abril, foi concedido o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica. O IPCA registrou uma alta de 1,19% na inflação do grupo saúde e cuidados pessoais, com os produtos farmacêuticos registrando um aumento de 2,69% no mês.

A maior variação nos produtos farmacêuticos veio dos remédios anti-infecciosos e antibióticos (5,20%). Além disso, houve alta também nos produtos de higiene pessoal (0,99%), como perfumes (3,67%), artigos de maquiagem (3,07%), papel higiênico (2,90%) e produtos para cabelo (1,21%).

A inflação de abril ficou abaixo da registrada em março, de 0,93%. Em abril de 2020, houve variação negativa de 0,31%.

A desaceleração da inflação no mês passado está ligada principalmente à queda nos preços dos combustíveis. Após 10 meses consecutivos de alta, a gasolina recuou 0,44% em abril. Mas a queda mais intensa, de 4,93%, veio do etanol.

Por outro lado, os preços dos alimentos continuaram subindo. As carnes registraram alta de 1,01% em abril, enquanto o leite longa vida subiu 2,4% e o frango em pedaços, 1,95%. A maior alta no grupo ficou por conta do tomate, que registrou aumento de 5,46%. Com as elevações, a alimentação em domicílio ficou 0,47% mais cara do que no mês anterior.

Segundo Pedro Kislanov, as carnes, que acumularam uma alta de 35,05%, nos últimos 12 meses, tiveram seus preços aumentados em abril devido, principalmente, à inflação de custos por causa da ração animal.

Os preços do botijão de gás, que haviam subido 4,98% em março, registraram alta de 1,15% em abril. A bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$ 1,343 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos, foi mantida no mês passado. De acordo com o IBGE, regiões metropolitanas como Rio de Janeiro (3,63%) e Fortaleza (3,32%) sentiram a alta desse item, ao passo que em outras, como São Paulo (-1,22%) e Porto Alegre (-1,38%), houve redução por causa da diminuição das alíquotas de PIS/COFINS.

Todas as 16 áreas pesquisadas registraram inflação. A maior variação veio de Rio Branco (0,96%), influenciada especialmente pela alta nos produtos farmacêuticos (4,5%). Já o menor índice foi observado em Brasília (0,05%), por conta, principalmente, da queda no preço da gasolina (-1,47%).

Com o acumulado de 6,76% nos últimos 12 meses, o IPCA se encontra acima do teto da meta do governo, que é de 5,25%.

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