Copom indica nova elevação da Selic, que pode chegar a 4,25% ao ano

Em sua última reunião, realizada em 4 e 5 de maio, o comitê aumentou a taxa básica em 0,75 ponto percentual, levando-a ao patamar de 3,5% ao ano.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, projeta uma nova elevação da Selic, taxa básica de juros da economia, em 0,75 ponto percentual caso se mantenham as atuais condicionantes de inflação ou no balanço de riscos. A informação está na ata da reunião mais recente do comitê, divulgada nesta quinta-feira (11).

Em sua última reunião, realizada em 4 e 5 de maio, o Copom aumentou a taxa básica em 0,75 ponto percentual, levando-a ao patamar de 3,5% ao ano. Caso haja nova alta da mesma magnitude, portanto, a taxa Selic chegaria a 4,25% ao ano. Em março, o colegiado já havia elevado a Selic de 2 pontos percentuais para 2,75% ao ano, após quase seis anos sem aumento. As reuniões acontecem a cada 45 dias.

Segundo a ata, o comitê ponderou que os riscos fiscais de curto prazo seguem elevados e a assimetria no balanço de riscos afeta o grau apropriado de estímulo monetário, justificando assim uma elevação de juros de 0,75 ponto percentual. Para o Copom a alta de juros deve ter uma elevação da mesma magnitude, caso não haja mudança nos condicionantes de inflação ou no balanço de riscos.

Segundo o comitê, com exceção do petróleo, os preços internacionais das commodities continuaram em elevação, com impacto sobre as projeções de preços de alimentos e bens industriais.

Além disso, o aumento na bandeira tarifária de energia elétrica deve manter a inflação pressionada no curto prazo. Para o comitê, o diagnóstico é de que os choques atuais são temporários.

“Adicionalmente, [o comitê] observou que elevações de juros subsequentes, sem interrupção, até o patamar considerado neutro implicam projeções consideravelmente abaixo da meta de inflação no horizonte relevante”, diz a ata da reunião.

De acordo com a ata, a alta chamada pelo Copom de “normalização parcial” dos juros reflete as opiniões do comitê sobre a política monetária adequada para a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante.

Inflação acima da meta

O centro da meta de inflação, estabelecida pelo Comitê Monetário Nacional (CMN) é de 5,25%, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Divulgado hoje pelo IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) indica que a inflação acumula alta de 6,76% nos últimos 12 meses, acima, portanto, da meta estabelecida pelo governo em 2021.

Entretanto, para alguns analistas a elevação de juros não é a solução mais acertada. Primeiro, porque o Brasil atravessa um momento de desaceleração da economia em meio ao recrudescimento da pandemia da Covid-19. Em segundo lugar, porque a inflação atual não é uma inflação típica de demanda, mas uma inflação de custos, ligada à escassez de insumos para produtores.

Com informações da Agência Brasil

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