Colégio tem 33% dos trabalhadores com suspeita de covid em Três Pontas

Mesmo diante do problema, escola segue funcionando por resistir ao fechamento

Foto - Agência Senado

Não deu outra, como era esperado, a volta às aulas presenciais tem gerado muita apreensão e riscos à comunidade escolar da rede privada. Um bom exemplo é o que está ocorrendo no Colégio Travessia, do grupo Unis-MG, em Três Pontas, no Sul de Minas: 12 dos 35 trabalhadores/as foram afastados/as com suspeita de Covid-19. Ou seja, 33% do quadro de funcionários/as.

Os trabalhadores/as agora estão atuando em regime remoto, mas a escola segue funcionando, resistente ao fechamento, mesmo diante desse cenário desastroso. O colégio não tomou providências referentes à testagem no quadro de funcionários, uma reivindicação importante para que seus funcionários tenham um mínimo de segurança e amparo.

O Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas), que reúne os profissionais do setor privado, já denunciou o caso à Vigilância Sanitária e à Câmara dos Vereadores. De acordo com Valéria Morato, presidenta do Sinpro Minas, as análises científicas já previam esse risco com a abertura das escolas. “As escolas são ambientes propícios à contaminação, por serem lugar de aglomeração. Sabemos o quanto os protocolos em si não oferecem proteção aos trabalhadores e aos estudantes. É lamentável que, mesmo assim, a direção da escola não se sensibilize com a situação”, afirmou.

Conforme dados divulgados no último boletim da Secretaria de Saúde de Três Pontas, o município já soma 4.068 casos de contaminação por Covid-19, sendo que 90 evoluíram para óbito. Quanto à região do Sul de Minas, mais 95 mortes e outros 2.222 novos casos de foram confirmados ontem ,10, pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Com os novos dados, a região chega a 178.407 casos confirmados do novo coronavírus, com 4.446 mortes.

“Infelizmente, o que acontece no Colégio Travessia não é um caso isolado. O Sinpro Minas tem recebido várias denúncias e relatos de professores apreensivos com a contaminação no ambiente de trabalho. Além da sobrecarga de trabalho, a volta às aulas presenciais tem trazido aos professores também apreensão e medo. Afinal, existe um impacto emocional ao se saber que você pode ser contaminado a todo momento”, afirmou Valéria Morato.