MP-PR processa vereador que atacou Paulo Gustavo no Dia das Mães

Um vereador de Maripá, interior do Paraná, criticou as uniões homoafetivas usando como exemplo o relacionamento entre ator Paulo Gustavo, que morreu por complicações da Covid-19 na terça-feira (4), e Thales Bretas, em uma sessão da Câmara realizada na segunda-feira (3). A sessão foi transmitida pela internet.

Ao referir-se às uniões protegidas pela lei, o vereador declarou que ‘essa coisa moderna não serve para mim’. No discurso, realizado na sessão do dia 3 de maio, Donaldo Seling (Cidadania), citou a união homoafetiva entre o ator Paulo Gustavo e Thales Bretas como exemplo para dizer que ‘estamos tendo um desentendimento’.

O vereador afirmou ainda que é necessário identificar quem é a mulher na relação para que se possa prestar a homenagem no Dia dos Pais e recebeu apoio dos colegas. “Não podemos perder o que realmente há no coração de uma mãe, que há de mais bonito em uma família unida. Pai e mãe, não marido com marido, ou marida com marida. Não sei como é que fala essa porcaria de tanto que eu odeio isso. Sou da época que homem é homem, mulher é mulher”, afirmou.

Toni Reis, diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI+ e um dos fundadores do Grupo Dignidade, disse que os advogados do grupo prepararam uma ação contra o parlamentar que foi entregue ao Ministério Público do Paraná. A entidade já havia representado em 20 de abril contra o pastor José Olímpio, da Assembleia de Deus de Alagoas, por atacar o comediante, ainda internado, dizendo que “orava” para que “o dono dele o leve para junto de si”.

Depois da denúncia ter sido encaminhada pela Aliança Nacional LGBTI+, através do Ofício nº 044/2021, do dia 6 de maio de 2021, o MP-PR informou que encaminhou o caso para a 1ª Promotoria de Justiça de Palotina, comarca responsável pelo município de Maripá, a qual instaurou Notícia de Fato (nº 0100.21.000189-5) para investigação do caso.