Aumento da fome no Brasil é tema de audiência pública

A iniciativa é da vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) e ocorre na Câmara Municipal do Recife para discutir o cenário de insegurança alimentar no Brasil e formas de combater o problema.

A fome se espalha pelas cidades brasileiras

A pandemia do novo coronavírus agravou a crise econômica na qual o Brasil já se debatia há alguns anos e ressuscitou um velho fantasma igualmente mortal: a fome.  No Recife, como em outras capitais brasileiras, é perceptível o aumento no número de pessoas com cartazes, pedindo comida nas ruas. A gravidade e urgência da situação motivou a vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) a propor uma audiência pública para discutir segurança alimentar. O evento virtual será realizado na quarta-feira (12), a partir das 15h, e transmitido pelo Youtube da Câmara Municipal do Recife. Entre os palestrantes estará o governador do Maranhão, Flávio Dino.

A finalidade da audiência é discutir o cenário de insegurança alimentar no Brasil e no Recife e formas de combater o problema. Apesar das mobilizações sociais e iniciativas de solidariedade que partem da população, a questão é grave, inadiável e só pode ser enfrentada com políticas públicas adequadas.

Uma prova disso é a pesquisa realizada entre agosto e dezembro de 2020 pelo Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça, da Universidade Livre de Berlim (Alemanha), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e Universidade de Brasília. Esse estudo constatou que mais da metade (59,4%) dos domicílios brasileiros apresentava algum grau de insegurança alimentar nesse período, que só aumentou com a suspensão do pagamento do auxílio emergencial pelo governo federal no fim de dezembro.

Justamente no momento mais crítico da pandemia, a população mais vulnerável ficou sem o benefício. O governo federal não pagou o auxílio nos três primeiros meses do ano e quando o benefício foi recriado, destinou-se a um contingente bem menor de pessoas, com valor bastante reduzido. O auxílio, que já foi de até R$ 1.200 em 2020, agora varia de R$ 150 a R$ 375.

Esse recurso não é suficiente para prover as necessidades alimentares dessas famílias, que já perderam a renda com as restrições impostas pela pandemia. A comida no prato está cada vez mais escassa e, quando existe, não tem a qualidade para fortalecer o indivíduo contra o vírus. A pesquisa já citada também comprovou que a crise obrigou 44% dos domicílios brasileiros a reduzir o consumo de carne e 41%, o de frutas.  Vale lembrar que cada domicílio desse, muitas vezes é um lar de mais de um núcleo familiar.

Com informações da assessoria da vereadora Cida Pedrosa (PCdoB-Recife)