Vendas no varejo recuam 0,6% em março e fecham 1º trimestre em queda

Houve recuo em sete das oito atividades pesquisadas. Principal impacto negativo veio de móveis e eletrodomésticos, cujas vendas caíram 22% em março.

Vendas de eletrodomésticos tiveram o maior impacto negativo- Foto: Helena Pontes/Agência IBGE de Notícias

As vendas no comércio varejista caíram 0,6% em março após queda de 0,5% em fevereiro. É o terceiro resultado negativo nos últimos quatro meses. O varejo, que em fevereiro se encontrava 0,3% acima do patamar pré-pandemia, em março ficou 0,3% abaixo dele.

Com o resultado, as vendas registram queda de 0,6% no primeiro trimestre e alta de 0,7% no acumulado dos 12 meses. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O recuo foi acompanhado por sete das oito atividades pesquisadas. O principal impacto negativo veio do setor de móveis e eletrodomésticos, cujas vendas caíram 22% em março. Segundo o gerente pesquisa, Cristiano Santos, essa atividade em específico foi muito influenciada pelo comportamento dos consumidores durante a pandemia.

“No primeiro momento, o setor teve um crescimento acentuado porque, estando em casa, as pessoas repuseram muita coisa tanto em móveis quanto em eletrodomésticos. Mas passada essa primeira fase, não há crescimentos tão expressivos assim. E, quando as vendas diminuem, o setor costuma fazer promoções. Então houve um aquecimento em fevereiro e essa queda em março”, afirmou.

As outras quedas na comparação com fevereiro foram registradas pelos setores de tecidos, vestuário e calçados (- 41,5%), livros, jornais, revistas e papelaria (-19,1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-5,9%), combustíveis e lubrificantes (-5,3%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,1%).

O único setor que cresceu nessa comparação foi o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,3%). O pesquisador explica que o segmento foi um dos únicos beneficiados no período de pandemia por ser considerado um serviço essencial.

“No início da pandemia, também teve um crescimento muito forte pelo fato de absorver as vendas de outras atividades, principalmente nesses grandes supermercados que vendem eletrodomésticos, móveis e vestuário. Depois teve um período de arrefecimento por conta, especialmente, da inflação dos alimentos”, pontua Cristiano.

Quando comparado a março do ano passado, o comércio varejista cresceu 2,4%, com as taxas positivas atingindo quatro das oito atividades pesquisadas.

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