Produção industrial tem segunda queda consecutiva em março, de 2,4%

Informação é da Pesquisa Industrial Mensal, do IBGE. Recuo foi puxado pela queda de 8,4% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias.

Produção de veículos na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP) — Foto: Divulgação/Volkswagen

A produção industrial recuou 2,4% em março na comparação com o mês anterior e intensificou perda de 1% que havia sido registrada em fevereiro, quando houve a interrupção de nove meses de resultados positivos. As informações, divulgadas nesta quarta-feira (5), são parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, a indústria acumula crescimento de 4,4% e, nos últimos 12 meses, queda de 3,1%.

A queda da indústria em março foi acompanhada por três das grandes categorias econômicas do setor. A categoria bens de consumo semi e não-duráveis caiu 10,2%, a maior perda desde abril de 2020, quando havia registrado -12,6%. Os bens de consumo duráveis (-7,8%) e os bens de capital (-6,9%) intensificaram as perdas registradas no mês anterior. Já o setor produtor de bens intermediários (0,2%) foi o único a registrar taxa positiva.

O recuo mensal teve predomínio de taxas negativas e foi puxado principalmente pela queda de 8,4% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias. Foi o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando perda de 15,8% no trimestre. O comportamento recente interrompe uma sequência de oito meses de taxas positivas, que acumularam expansão de 1.196,9%.

Destacaram-se ainda as atividades de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-14,1%), de outros produtos químicos (-4,3%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,4%), de couro, artigos para viagem e calçados (-11,2%), de produtos de borracha e de material plástico (-4,5%), de bebidas (-3,4%), de móveis (-9,3%), de produtos têxteis (-6,4%) e de produtos de minerais não metálicos (-2,5%).

Os principais impactos positivos vieram das indústrias extrativas (5,5%), outros equipamentos de transporte (35%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%).

Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, o recuo do setor industrial está relacionado à intensificação da pandemia da Covid-19. Ele afirma que as atividades com taxas positivas em março estão repondo perdas registradas em meses anteriores.

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