Parlamentares denunciam descaso de Bolsonaro diante de 400 mil mortes por Covid

Deputados e lideranças políticas se manifestaram em solidariedade às vítimas e condenaram à atuação do governo federal diante da crise

Foto: Alex Pazuello/Semcom

Vinte e nove de abril de 2021. Nesta quinta-feira, o Brasil atinge a terrível marca de 400 mil mortes pela pandemia, uma tragédia sanitária mais do que anunciada diante da negligência e irresponsabilidade do presidente Jair Bolsonaro e de seu governo. Hoje, o país é o segundo em número de mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (574 mil). Deputados federais comentaram o triste recorde.

O líder do PCdoB na Câmara, deputado federal Renildo Calheiros (PE), declarou: “Batemos hoje a triste marca de 400 mil brasileiros mortos pelo coronavírus. Essa dor que sentimos há mais de um ano só piora. Piora pela falta de vacina, por testes vencidos, por fura-filas, por negacionismo, por cancelamento de compra de lotes, por vacinas prestes a se vencer, por calendário atrasado. Todo dia a irresponsabilidade do governo gera mais caos”.

O vice-líder, deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) destacou: “400 mil mortos! CPI, impeachment e cadeia para o genocida e seu bando!”.

A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC), ao tratar da quantidade de óbitos pela Covid-19, lembrou que “Bolsonaro recusou por 11 vezes as ofertas para compras de vacinas. E, em agosto, deixou de adquirir 70 milhões de doses do imunizante da Pfizer. Bolsonaro disse não várias vezes para a oferta de 100 milhões de doses da Coronavac, que ele chamava de ‘vachina’, e que o Butantan prometia para dezembro de 2020”. Perpétua acrescentou que “esse genocídio precisa parar. O Brasil não aguenta mais Bolsonaro”.

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) lamentou: “O Brasil supera 400 mil mortes por Covid-19 apenas 36 dias após totalizar 300 mil. Que tragédia! A culpa é de Bolsonaro e seu projeto genocida!”.

O parlamentar Daniel Almeida (PCdoB-BA) relembrou que o cenário tinha sido desenhado no começo da pandemia e pode piorar. “As previsões assustadoras em relação aos números no Brasil se confirmam. Se não tivermos outro posicionamento no combate à doença, chegaremos a meio milhão de mortos? Estamos cansados, frustrados e revoltados.”

Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara dos Deputados, relembrou o início da CPI da Covid na Câmara e que é preciso buscar respostas. “Diante da crise sanitária que matou quase 400 mil pessoas, os brasileiros merecem respostas”.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) questionou: “quantas vidas poderiam ter sido salvas não fosse o negacionismo e a política genocida de Jair Bolsonaro?”. A parlamentar ainda pediu o fim da impunidade. “É preciso punição exemplar para os responsáveis!”

Airton Faleiro (PT-PA) comentou a falta de plano de combate à pandemia. “O Brasil quadruplica mortes por Covid no último mês e chega a 400 mil vítimas sem que o Governo Federal tenha colocado em prática um plano nacional efetivo de combate à pandemia.”

O deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ) mostrou solidariedade às famílias das vítimas e pediu prisão de responsáveis. “Minha solidariedade às famílias despedaçadas pelo o vírus e pelo extermínio promovido por Bolsonaro. Impeachment é pouco, esse bando tem que ir p/ a cadeia.”

A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) comentou o ritmo acelerado de mortes e responsabilizou a política de governo pelo marco. “A política de Bolsonaro, com seu negacionismo e desumanidade, está dizimando nosso povo. Até quando vamos conviver com este genocídio?”

Outras lideranças

Lideranças políticas fora do Congresso Nacional também comentaram a triste marca. A artista e deputada estadual Leci Brandão (PCdoB-SP) afirmou que “o povo brasileiro não aguenta mais conviver com tanta tristeza e descaso do Governo.”

O candidato à presidência da República pelo Psol em 2018, Guilherme Boulos, comentou o cenário preocupante. “Vacinação a conta gotas. Fome batendo na porta de milhões de brasileiros. O Brasil só volta a respirar quando tirar o covarde que senta na cadeira de presidente.”

Manuela d’Ávila (PCdoB-RS), candidata à vice-presidência do país em 2018, cobrou o descaso do governo Bolsonaro. “Familícia acima de tudo, genocídio acima de todos. Minha solidariedade aos mais de 400 mil brasileiros que perderam a vida por covid-19 e pelo descaso com o que o governo trata a pandemia. #impeachmentja”.

O governador do Maranhão e presidente do Consórcio de Amazônia Legal, Flávio Dino (PCdoB-MA), classificou a marca como “a maior tragédia da história brasileira” e expressou “solidariedade profunda e afetuosa com as famílias das vítimas”.

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, primeiro da pasta no governo Bolsonaro, disse que não é apenas um número e é preciso “fé para nos dar forças, ciência para nos salvar. É o único caminho”.