Projeto mapeia iniciativas de agricultura quilombola

O mapeamento foi realizado nos estados da Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Tocantins e no Quilombo Mesquita (GO)

Foto: Banco de dados Ecam Projetos Sociais

Sete estados brasileiros estão realizando um mapeamento de ações e instituições que atuam com agricultura quilombola. O objetivo é criar uma rede de apoio e identificar iniciativas que possam apoiar as comunidades enquanto produtoras locais. Atualmente, a agricultura familiar representa a maior fonte de renda dessas populações.

O mapeamento foi realizado nos estados da Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Tocantins e no Quilombo Mesquita (GO). A iniciativa faz parte das ações do Diagnóstico Macro Situacional da Agricultura Familiar Quilombola, fruto da parceria entre a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), a Ecam Projetos Sociais e parceiros. A ideia é apoiar as comunidades quilombolas no acesso às políticas públicas e em atividades produtivas que promovam a segurança alimentar e o equilíbrio ambiental, assim como em demais ações socioambientais.

“Uma das nossas maiores dificuldades enquanto produtores quilombolas é o acesso à água e o pouco incentivo à produção, comercialização e demais processos, porque, para uma comunidade desenvolver uma atividade produtiva, seja na agricultura familiar, seja em outros aspectos, precisa do apoio dessas instituições por meio de seus projetos”, ressalta Josiel Ventura, representante quilombola do estado da Paraíba.

Os levantamentos foram realizados em duas etapas: na primeira, cerca de 170 instituições foram mapeadas no âmbito federal e estadual, entre elas organizações governamentais e não governamentais, iniciativas privadas e movimentos sociais. Já no segundo levantamento foram encontradas cerca de 270 ações de fortalecimento à agricultura familiar, entre projetos, políticas públicas, artigos e cartilhas.

“Com os dados coletados, conseguiremos entender a atual situação de produção da agricultura familiar quilombola, os processos e dificuldades enfrentados por essas populações. Um dos objetivos é que essas informações possam ser usadas como fonte de pesquisa para comunidades, movimentos e demais interessados”, explica Meline Machado, uma das coordenadoras da iniciativa.

Além de coletar e sistematizar as informações, a ação visa identificar ou mesmo criar uma rede de apoio entre as instituições, programas e ações, para deliberar sobre estratégias de apoio aos produtores quilombolas. “Esse mapeamento vai abrir horizontes para descobrir o que as comunidades produzem, quais são seus parceiros e quais as potencialidades existentes dentro de cada quilombo. Então a ação para nós, enquanto Conaq, é muito importante porque vai ser fundamental para a gente criar um plano de gestão ambiental e territorial, de apoio à agricultura familiar” complementa Kátia Penha, coordenadora da Conaq.

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