Saiba como está a apuração no Equador, no Peru e na Bolívia

No Equador, banqueiro Guillermo Lasso abriu vantagem sobre Andrés Arauz, que é apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa

Em meio à crise econômica e ao agravamento da pandemia de Covid-19 na América do Sul, eleitores foram às urnas no Equador, no Peru e na Bolívia, neste domingo (11), para selar o destino de seus países – e também o da região. As pesquisas de boca-de-urna e as primeiras parciais sugerem viradas nas disputas.

No Equador, a crer nos resultados preliminares divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a direita cresceu na reta final e tende a vencer. Conforme a apuração, o banqueiro Guillermo Lasso, da aliança conservadora Criando Oportunidades (Creo), abriu vantagem sobre Andrés Arauz, da União pela Esperança (Unes), de esquerda. Arauz é apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa.

Com mais de 96% das atas apuradas, Lasso tem 52,5% dos votos válidos, contra 47,4% de Arauz. A expectativa é que nas próximas horas representantes da direção do CNE façam um anúncio preliminar dos resultados. A confirmação oficial será proclamada nos próximos dias. O candidato eleito vai suceder o atual presidente, Lenín Moreno, que deixará o cargo com alta rejeição, depois de ter afundado o Equador com suas políticas neoliberais.

“Esta é uma vitória do povo equatoriano. Peço aos nossos delegados que se mantenham vigilantes para cuidar de cada um dos nossos votos. Ninguém vai deter o curso da história”, tuitou Arauz depois das primeiras notícias sobre a apuração. A abstenção no pleito deste domingo foi alta: 28,35%.

No primeiro turno, após uma apuração lenta que se arrastou por duas semanas, Arauz obteve 32,72% dos votos, e Lasso, 19,74%. A disputa pela segunda vaga foi acirrada, já que Yaku Pérez, do partido indígena Pachakutik, recebeu 19,38% dos votos.

Peru

Houve reviravolta também na eleição peruana. Conforme pesquisa de boca de urna da consultora Ipsos Perú, divulgada após o fim da votação, o candidato da Pedro Castillo, do partido Peru Livre, de esquerda, se firmava como favorito a ir ao segundo turno – que deve ocorrer em 6 de junho.

O levantamento aponta Castillo na liderança, com 16,1% dos votos. Na segunda colocação, há um empate entre Hernando de Soto, do Avança País, e a filha do ex-ditador Alberto Fujimori, Keiko Fujimori, do Força Popular. Ambos têm 11,9%.

Ainda de acordo com a boca de urna da Ipsos, Yohny Lescano, candidato de centro-direita do partido Ação Popular, está na quarta colocação com 11% dos votos. A pesquisa também aponta Rafael López Aliaga, do Renovação Popular, com 10,5% dos votos, e Verónika Mendoza, Juntos por Peru, com 8,8%.

Bolívia

Na Bolívia, cerca de 2,7 milhões de eleitores foram às urnas, em quatro estados, para escolher governadores. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Salvador Romero, destacou que a votação transcorreu com tranquilidade, sem denúncias de irregularidades. As urnas fecharam às 17 horas no horário local (18 horas no horário de Brasília).

Em La Paz, Pando e Tarija, o Movimento ao Socialismo (MAS), de Luis Arce e Evo Morales, é considerado favorito. No primeiro turno, realizado no dia 7 de março, o partido já havia vencido em três departamentos. Só em Chuquisaca é que a oposição, com Damián Condori (Chuquisaca Somos Todos), deve vencer. Condori tem vantagem de dez pontos percentuais da preferência do eleitorado, segundo as últimas pesquisas de opinião, contra Juan Carlos León (MAS).

Em La Paz, maior departamento em disputa, pela primeira vez o governador será escolhido em segundo turno. Franklin Flores (MAS) disputa com Santos Quispe, da Jallala Bolivia, partido de esquerda que se originou em 2021 depois de cisões no interior do MAS. Em Tarija, Álvaro Ruiz (MAS) fechou o primeiro turno com uma vantagem estreita de 38,17%, contra Óscar Montes, do Unidos por Tarija, que obteve 38,07%. Já em Pando, a disputa é entre Miguel Becerra (MAS) e Regis Richter, do Movimento Terceiro Sistema (MTS).

Se vencer nos três estados, o MAS será novamente o principal partido político da Bolívia, ocupando a Presidência da República, a maioria das cadeiras do Legislativo e o governo local de seis dos nove departamentos bolivianos. No ano passado, o partido reconquistou o Executivo federal com a vitória da chapa Luis Arce e David Choqeuhuanca.

Com informações do Opera Mundi e do Brasil de Fato