Em 5 meses, rejeição a Bolsonaro dispara de 31% para 48%

Apenas 27% ainda aprovam o governo

A rejeição a Jair Bolsonaro salta 17 pontos percentuais em cinco meses, aponta a nova rodada da pesquisa XP/Ipespe. Com a segunda onda da pandemia no País, a lenta vacinação contra a Covid-19 e o fim do auxílio emergencial, o número de brasileiros que consideram o governo ruim ou péssimo disparou de 31% em outubro de 2020 para 48% no final de março.

Há cinco meses, a aprovação a Bolsonaro – que estava em 39% – superava em oito pontos a desaprovação. O desgaste do governo fez os sinais se inverterem. Hoje, apenas 27% ainda aprovam a gestão de extrema-direita – uma queda de 12 pontos.  Segundo a pesquisa, “a diferença de 21 pontos percentuais entre os que têm avaliação negativa e os que têm avaliação positiva é a maior desde maio do ano passado”.

Para 58%, a política de combate da gestão Bolsonaro à pandemia é ruim ou péssima, enquanto 31% a consideram boa ou ótima. Os números não são os piores da série histórica – mas nem por isso o bolsonarismo deve celebrar. A sensação de falta de perspectiva é maior a cada nova rodada da pesquisa.

No momento em que o País está no epicentro da pandemia, entregue à própria sorte, o percentual de brasileiros que dizem ter medo de contrair o novo coronavírus é recorde. Com números cada vez mais altos de casos, internações e mortes por Covid-19, além da falta de leitos de UTI, 55% declaram temer muito a doença. No levantamento anterior, eram 49%.

A crise acabou por contaminar a avaliação não apenas do presidente – mas também do conjunto de “personalidades da política” que se envolveram (ou ainda estão envolvidas) com o governo. A pesquisa pediu aos entrevistados uma nota de 0 a 10 para alguns desses nomes públicos e comparou as novas respostas com as de setembro de 2020.

O resultado: nestes seis meses, caíram as notas médias – que já eram baixas – do próprio Bolsonaro (de 5,1 para 4,1), do ministro da Economia, Paulo Guedes (de 5,5 para 4,7), do vice-presidente, general Hamilton Mourão (de 5,2 para 4,8) e do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (de 5,7 para 4,5).

A pesquisa XP/Ipespe ouviu mil eleitores por telefone, em todo o Brasil, entre os dias 29 e 31 de março. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.