Brasil aproxima número de óbitos com nascimentos, pela primeira vez

Dados cartoriais podem ter registrado em março mais mortes que nascimentos, pela primeira vez, no Brasil. Diferença que era de 100 mil, agora é de 4 mil nascimentos a mais que registros de óbitos.

O registro de nascimentos na pandemia praticamente se iguala ao número de óbitos registrados, pela primeira vez.

Segundo levantamento feito por pesquisadores no Portal da Transparência do Registro Civil do Brasil, março pode ter sido o primeiro mês da história em que o Brasil registra mais mortes do que nascimentos. Quem destaca o dado é o neurocientista Miguel Nicolelis em suas redes sociais.

O médico mostra que antes da pandemia havia por volta de 200 a 230 mil nascimentos por mês no Brasil, e por volta de 90 a 100 mil óbitos. Em fevereiro, houve uma queda brusca de registros de nascimento: 125 mil contra 121 mil óbitos.

A diferença, que era de 100 mil em favor de mais nascimentos do que óbitos por mês, caiu para menos de 4 mil. Nicolelis acredita que os dados sugerem a hipótese de, em março, haver, pela primeira vez, na história do Brasil, mais mortes do que nascimentos no país. Como houve aproximadamente 160 mil óbitos no Brasil, numa estimativa preliminar, isto ocorreria se o número de nascimentos ficar por volta dos 125 mil.

Grávidas e bebês doentes

O número recorde de mortes por covid-19 não seria o único motivo dessa diferença entre óbitos e nascimentos. Em entrevista à CNN, o cientista explicou que um dos motivos dessa mudança de registro seria o impacto da pandemia em gestantes e crianças. “Estamos vendo uma pandemia silenciosa de gestantes tendo partos prematuros devido a complicações da Covid, como a trombose placentária”, disse.

De acordo com o médico, Santa Catarina e o Distrito Federal também registram crescimento da taxa de ocupação de UTIs neonatais por bebês que já nascem infectados com o coronavírus.

“Uma das possibilidades é que as novas variantes possam ter ação numa faixa etária menor. O Brasil, infelizmente, já é campeão no número de gestantes infectadas e óbitos de crianças abaixo dos cinco anos.”

Com informações da CNN

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