Presidente do IBGE pede exoneração após corte no orçamento

A economista Susana Cordeiro Guerra alegou motivos pessoais e de família. No entanto, havia se posicionado contra redução de aproximadamente 90% na verba

Susana Cordeiro Guerra - Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

Após um corte drástico nos recursos para o orçamento de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a presidente do órgão, Susana Cordeiro Guerra, pediu exoneração do cargo.

A economista alegou motivos pessoais e de família, segundo nota divulgada no site do IBGE. Susana, no entanto, havia se posicionado contra um corte de aproximadamente 90% no orçamento do IBGE, com retirada de R$ 1,76 bilhão dos R$ 2 bilhões solicitados em agosto de 2021.

O IBGE divulgou nota pública contrária ao corte, afirmando que a perda de recursos ameaçava a realização do Censo Demográfico 2021. Susana Cordeiro Guerra ainda assinou artigo ao lado do diretor de pesquisas do IBGE, Eduardo L.G. Rios-Neto, criticando a possibilidade de não realização do Censo. Oito ex-presidentes do órgão também se colocaram contra o corte em uma carta.

O corte de recursos foi introduzido no parecer final do senador Márcio Bittar (MDB-AC), relator da proposta orçamentária, e confirmado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e no Congresso Nacional. Após a votação, o IBGE informou que solicitaria orientações ao Ministério da Economia sobre os procedimentos para a realização do Censo.

Segundo a nota do IBGE que informou sobre o pedido de exoneração, Susana Cordeiro Guerra continuará no cargo até a transição do novo presidente indicado.

O Censo deveria ter sido feito em 2020, mas foi adiado devido à pandemia do novo coronavírus. O último levantamento demográfico aconteceu em 2010. De acordo com a Lei n° 8.148/1991, o Censo Demográfico deve ser realizado a cada dez anos.

O IBGE tem sofrido sucessivos cortes orçamentários. O orçamento inicial para realização do Censo Demográfico era de R$ 3,4 bilhões. O órgão cedeu à pressão do ministro da Economia, Paulo Guedes, que pediu um “enxugamento” do número de perguntas, e o custo foi recalculado em R$ 2,3 bilhões. Com a pandemia, a pesquisa foi remarcada para este ano e o IBGE solicitou R$ 2 bilhões.

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