Com lentidão na vacina, governadores pedem auxílio emergencial de R$ 600

Eles alegam que a vacinação e a obtenção de doses estão lentas diante de um quadro dramático que já matou mais 300 mil brasileiros pela Covid-19

Videoconferência dos governadores (Foto: GOVESP)

Em carta enviada aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), 16 governadores pediram nesta quarta-feira (24) que o valor do auxílio emergencial seja mantido em R$ 600. Eles alegam que a vacinação e a obtenção de doses estão lentas diante de um quadro dramático que já matou mais 300 mil brasileiros pela Covid-19.

Pelas novas regras, ficaram estabelecidos pagamentos de R$ 150 para pessoas solteiras, R$ 250 para casais e R$ 375 para mães que sustentam individualmente suas famílias, sendo apenas uma pessoa por família será beneficiada.

“Temos o cenário dramático de quase 300 mil vidas perdidas. Diariamente, vemos recorde de mortes, lotação de leitos hospitalares, ameaça de falta de medicamentos e esgotamento das equipes de saúde. O calendário nacional de vacinação e a obtenção de novas doses de imunizantes contra a Covid-19 estão mais lentas do que as respostas que precisamos para reverter esse quadro”, diz a carta.

Os governadores afirmam que “enquanto a vacinação não acontecer em massa, precisam garantir renda para a população mais vulnerável.”

Assinaram a carta os governadores de Alagoas (Renan Filho), Amapá (Waldez Góes), Bahia (Rui Costa), Ceará (Camilo Santana), Espírito Santo (Renato Casagrande), Maranhão (Flávio Dino), Mato Grosso do Sul (Reinaldo Azambuja), Pará (Helder Barbalho), Paraíba (João Azevêdo), Paraná (Ratinho Junior), Pernambuco (Paulo Câmara), Piauí (Wellington Dias), Rio Grande do Norte (Fátima Bezerra), Rio Grande do Sul (Eduardo Leite), São Paulo (João Doria) e Sergipe (Belivaldo Chagas).

Confira o documento na íntegra:

Os Governadores dos Estados abaixo assinados apoiam a iniciativa das 300 organizações que compõem a “Campanha Renda Básica que Queremos” e solicitam a adoção das providências necessárias para garantir segurança de renda à população, associada às medidas de distanciamento social, essenciais para serem adotadas neste momento de intenso aumento de casos e mortes decorrentes da Covid-19.

Temos o cenário dramático de quase 300 mil vidas perdidas. Diariamente, vemos recorde de mortes, lotação de leitos hospitalares, ameaça de falta de medicamentos e esgotamento das equipes de saúde. O calendário nacional de vacinação e a obtenção de novas doses de imunizantes contra a Covid-19 estão mais lentas do que as respostas que precisamos para reverter esse quadro.

Agir contra esse cenário requer medidas sanitárias e garantia de uma renda emergencial. Somente com essas medidas seremos capazes de evitar o avanço da morte. Por isso, entendemos que a redução dos valores do auxílio emergencial é inadequada para a eficácia da proteção da população. Enquanto a vacinação não acontecer em massa, precisamos garantir renda para a população mais vulnerável.

Por isso, solicitamos ao Congresso Nacional que disponibilize os recursos necessários para o Auxílio Emergencial em níveis que superem os valores noticiados de R$ 150,00, R$ 250,00 e R$ 375,00.

Exatamente há um ano, no início da pandemia, os Governadores manifestaram-se favoráveis à implantação de uma renda básica no País. Hoje, mais do que nunca, é comprovada a sua necessidade, urgência e o impacto que se pode alcançar. Por isso, neste momento, defendemos auxílio emergencial de R$ 600,00, com os mesmos critérios de acesso de 2020.

Não obstante o exposto acima, os signatários desta carta entendem a importância de o País não se desviar de seu compromisso com a responsabilidade fiscal. É importante entender o esforço de mitigação da crise atual para os mais vulneráveis como extraordinário e temporário. Logo à frente precisaremos voltar a uma trajetória de ajustamento fiscal que compatibilize os necessários programas sociais com um financiamento responsável dos mesmos.

Brasília, 24 de março de 2021

Com informações do G1

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