OCDE alerta: vacinação lenta prejudica a retomada econômica do Brasil

Até o momento, somente 4% da população recebeu ao menos uma dose da vacina anti-Covid

A caótica e lenta campanha de vacinação contra a Covid-19 no País já comprometeu a recuperação da economia brasileira. O alerta é da economista-chefe da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Laurence Boone.

Ao apresentar o relatório da instituição sobre as perspectivas globais, Laurence não poupou críticas à forma como o governo Jair Bolsonaro enfrenta a crise sanitária. “No Brasil, a cadência da vacinação é lenta e a transmissão (do novo coronavírus) é bastante importante, o que leva a mais restrições, e pode pesar sobre uma eventual retomada”, afirmou o economista.

A OCDE projeta agora que a economia brasileira crescerá 3,7% em 2021 – tendo como comparação, ressalte-se, a base deprimida do ano passado. Para 2022, a projeção é de uma alta de apenas 2,7%. Mesmo esses números modestos, porém, dependem do ritmo da imunização dos brasileiros. Até o momento, somente 4% da população recebeu ao menos uma dose da vacina anti-Covid.

Mas a preocupação com o ritmo de imunização é elevada. Segundo a economista-chefe da OCDE, “a melhor maneira de proteger a vida das pessoas é vacinar. Os outros riscos são consequência de ausência de vacinação rápida”. Se o país não vacina rapidamente – diz Laurence –, o setor financeiro vai mudar os preços dos ativos, os juros podem aumentar, países podem ter crise alimentar e a retomada retarda.

No relatório interino sobre as perspectivas globais, a OCDE nota que economias emergentes na América Latina e África “estão também enfrentando nova ressurgência do vírus”. Conforme o documento, “o ritmo lento da utilização de vacinas e o escopo limitado para apoio fiscal adicional podem moderar a retomada” da economia.

Com informações do Valor Econômico