Saiba como termina a pior semana de toda a pandemia

Brasil bate novo recorde e acumula 10 mil mortes por Covid em uma semana; médias de mortes (1.455 por dia) e de casos são as maiores da pandemia

Gráfico é explicito na explosão de mortes ocorridas nesta 9a. semana epidemiológica.

Termina a nona semana epidemiológica de 2021 com os piores números de toda a pandemia e perspectiva de crescimento e colapso dos sistemas hospitalares de todo o país. Não param de chegar os relatos de hospitais lotados, tanto em UTIs, quanto enfermarias, com pacientes tentando sobreviver deitados em macas nos corredores. Os relatos de pacientes que morrem na fila de espera por uma UTI ou sequer conseguem ter tempo de ser transportados para um hospital com vaga, também são corriqueiros no noticiário.

Após um ano sofrido de pandemia, com a economia cambaleante e as esperanças depositadas na vacinação, 2021 já começou explosivo com Manaus prenunciando o primeiro maior colapso que se repetiria pelo resto do país. Início de março, e as mortes já alcançam patamares superiores ao do ano passado, podendo alcançar os números absurdos dos EUA, que começa a refluir contágios e mortes.

A curva de mortes (roxa) e contágios (verde) não deixa dúvida sobre a explosão da última semana (10.104), com 18% mais mortes que a semana anterior (8.244). A 8a. semana de 2021, por sua vez, já havia quebrado o recorde da 30a. de 2020, no final de julho e início de agosto, com 7.677 mortos, pior número do ano passado.

Atribui-se a aceleração da pandemia às festividades do final do ano, ao relaxamento da população em relação ao uso de máscaras e distanciamento social, aglomerando clandestinamente, além das medidas sanitárias erráticas dos governos sob pressão do setor econômico de cidades e estados. A vacinação no Brasil nunca foi tão lenta e problemática quanto neste momento trágico, o que favorece o surgimento e distribuição de novas cepas do vírus, mais contagiosos.

Em 24 horas

O número de pessoas que não resistiram à covid-19 no Brasil subiu para 264.325. Em 24 horas, foram registradas 1.555 mortes. Há ainda 2.909 óbitos em investigação no país.

Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 1.455, esta ainda em alta e com novo recorde – é a maior desde o começo da pandemia. A variação foi de 40% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.

Desde o início da semana, no domingo, os números são maiores que nas semanas anteriores, confirmando os números inéditos

Já o total de pessoas infectadas pelo coronavírus desde o início da pandemia chegou a 10.938.836. Em 24 horas, foram confirmados pelas autoridades sanitárias 69.609 novos casos.

A média móvel nos últimos 7 dias foi de 61.527 novos diagnósticos por dia — o maior número registrado desde o começo da pandemia. Isso representa uma variação de 29% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de alta também nos diagnósticos.

Curva de contágios também não deixa dúvidas sobre o volume acelerado de infecções registradas na última semana

Os dados estão na atualização diária do Ministério da Saúde, divulgada na noite deste sábado (6). O balanço é produzido a partir de informações fornecidas pelas secretarias estaduais de saúde.

Há, ao todo, 970. 160 pessoas com casos ativos da doença em acompanhamento por profissionais de saúde e 9.704.351 pacientes já se recuperaram.

Estados

Na lista de estados com mais mortes estão São Paulo (61.417), Rio de Janeiro (33.712), Minas Gerais (19.359) e Rio Grande do Sul (13.370). As unidades da Federação com menos óbitos são Acre (1.054), Amapá (1.156), Roraima (1.167), Tocantins (1.575) e Sergipe (3.013).

Em número de casos, São Paulo também lidera (2.107.687), seguido por Minas Gerais (916.205), Bahia (710.900), Santa Catarina (705.760) e Rio Grande do Sul (686.175).

Dezoito estados e o Distrito Federal estão com alta nas mortes: PR, RS, SC, SP, DF, GO, MS, MT, AC, RO, TO, AL, BA, CE, MA, PB, PI, RN e SE. Apenas o Amazonas continua em queda, talvez devido aos melhores números da vacinação do país além do volume de contágios ocorridos na população. Os demais sete estados, maioria do sudeste e norte, mantém números estáveis.

Das regiões, apenas o Norte se mantém estável (-3%). Todas as demais apresentam tendência de aceleração: Centro-Oeste (33%), Nordeste (77%), Sudeste (17%) e Sul (125%).

Boletim epidemiológico covid 19 06.03.2021
Boletim epidemiológico covid 19 06.03.2021 – Ministério da saude

Vacinação

Balanço da vacinação contra Covid-19 deste sábado (6) aponta que 8.135.403 pessoas já receberam a primeira dose de vacina contra a Covid-19, segundo dados divulgados até as 20h. O número representa 3,84% da população brasileira.

A segunda dose já foi aplicada em 2.686.585 pessoas (1,27% da população do país) em todos os estados e no Distrito Federal.

No total, 10.821.988 doses foram aplicadas em todo o país, segundo o levantamento do consórcio da imprensa.

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