Sindicato confirma quase 2 mil casos de covid em rede de ensino de SP

Balaço é feito desde 1º de fevereiro na rede estadual de ensino, depois que o governo do estado parou de fornecer os dados prometidos.

Caminhada pela vida contra as aulas presenciais - 26/02/2021

Balanço feito pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) confirma que 1.952 pessoas que atuam em 908 escolas da rede estadual pública de ensino de São Paulo se infectaram com o novo coronavírus desde o retorno presencial das aulas no estado. 

O balanço, segundo a Apeoesp, começou a ser feito no dia 1 de fevereiro e inclui diretores, professores, inspetores e alunos, entre outros. A última atualização foi feita na manhã de hoje (5).

Do total de casos confirmados, foram registradas 34 mortes por covid-19, sendo que 21 deles eram professores. Entre os estudantes foi registrada uma morte, em Campinas, no interior do estado.

As aulas presenciais tiveram início no dia 8 de fevereiro na rede estadual paulista, que conta com cerca de 3,3 milhões de alunos. Mas desde o dia 8 de setembro do ano passado as escolas estavam autorizadas a reabrir para atividades de reforço e acolhimento emocional, desde que houvesse autorização dos prefeitos. 

A Apeoesp é contra esse retorno presencial das aulas e tem feito manifestações na capital paulista pedindo a suspensão das aulas até que a pandemia esteja controlada ou até que os professores estejam vacinados.

Em fevereiro deste ano , a Secretaria estadual da Educação divulgou um balanço em que confirmava 741 casos de covid-19 nas escolas do estado, balanço que englobava todas as redes de ensino, sejam privadas ou públicas (estaduais e municipais).

Com o agravamento da pandemia o governo de São Paulo decidiu a partir de amanhã colocar todo o estado na Fase 1-Vermelha do Plano São Paulo, onde somente serviços considerados essenciais podem funcionar. Apesar disso, as escolas permanecerão abertas. A presença dos alunos, no entanto, não será obrigatória.

O governo de São Paulo diz que vai manter as escolas abertas principalmente para crianças em situação de maior vulnerabilidade. “Neste momento, as escolas estarão abertas para quem mais precisa. Quem puder ficar em casa, não circular, que deixe seus filhos em casa”, alertou o secretário estadual da saúde Jean Gorinchteyn, em entrevista coletiva concedida durante esta semana.

Três mortes na capital

As escolas municipais da cidade de São Paulo tiveram três mortes por covid-19 e 569 casos confirmados entre alunos e profissionais em 256 unidades de ensino, segundo levantamento dos cinco sindicatos que organizam os trabalhadores da educação municipal. Parte dos professores e outros trabalhadores da educação seguem em greve reivindicando a suspensão das aulas presenciais devido ao alto risco de contaminação pelo novo coronavírus, além do iminente risco de colapso na saúde. A Secretaria Municipal da Educação do governo Bruno Covas (PSDB) não faz divulgação dos casos e diz apenas que 12 escolas precisaram ser fechadas desde o início das aulas.

Os trabalhadores apontam que falta clareza nos protocolos para casos de covid-19 nas escolas. Os trabalhadores atribuem essa situação ao desmonte da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), no ano passado, órgão responsável por definir as regras sanitárias, mas que hoje está subordinado ao secretário Municipal da Saúde. E, por isso, sem poder de decisão.

O próprio governo Covas assumiu que o preparo das escolas foi insuficiente quando, há dois dias da volta às aulas, passou a comunicar famílias que a retomada seria adiada, porque 530 escolas ainda estavam em reforma ou sem equipe de limpeza contratada para atuar nas unidades.

Com informações de agências

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