Covid: Brasil é apenas o 47ª no mundo em taxa de vacina por habitante

Até o final de fevereiro, apenas 8,4 milhões de doses da vacina anti-Covid foram aplicadas no País

Foto: Christiano Antonucci (Secom/MT)

Mesmo com o alarmante avanço de casos e mortes por Covid-19 no Brasil, a campanha nacional de vacinação, a cargo do governo Jair Bolsonaro, é marcada pela lentidão e pela ineficiência. Até o final de fevereiro, apenas 8,4 milhões de doses da vacina anti-Covid foram aplicadas no País.

Na taxa de imunização por habitantes – um dos índices de referência na comunidade internacional –, o Brasil é apenas o 47º país, com 39,7 doses aplicadas a cada mil moradores. Os dados são do projeto Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford.

Seja em números absolutos, seja em números relativos, a posição brasileira é decepcionante. O governo dos Estados Unidos, por exemplo, já aplicou 75 milhões de doses – cerca de nove vezes mais do que a gestão Bolsonaro. Sexto país mais populoso do mundo, com 213 milhões de habitantes, o Brasil está atrás, em número de doses, de países com população bem inferior, como Turquia e Inglaterra.

Mas é no ranking de doses por habitantes que fica evidente o fiasco do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19. Em 14 de janeiro, numa live com Bolsonaro, o ministro Eduardo Pazuello, da Saúde, prometeu que o Brasil se tornaria, ainda naquele mês, “o segundo ou o primeiro, talvez atrás dos EUA, país que mais vacinou no mundo”. Para fevereiro, a promessa era ainda mais ousada: “Vamos ultrapassar todo mundo, inclusive os EUA”.

A vacinação alcançou o mês de março, mas a taxa de 39,7 doses do imunizante aplicada a cada mil habitantes do País é medíocre. Em Israel, o líder do ranking, o índice é de 935 doses por mil moradores – 23 vezes mais do que o Brasil.

A quantidade de vacinas disponibilizadas também deixa a desejar e ajuda a explicar o péssimo desempenho brasileiro. Em um mês e meio de campanha de imunização, o Instituto Butantan entregou 13,2 milhões de doses da vacina Coronavac, feita em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Já a vacina da AstraZeneca/Oxford, sob responsabilidade da Fiocruz, não passou, até o momento, de 4 milhões de doses entregues.

Com informações da Folha de S.Paulo