Petrobrás atropela Bolsonaro e encarece combustível pela 5ª vez no ano

Gasolina vai ficar 4,8% mais cara nas refinarias, enquanto diesel terá aumento de 5%

Foi em vão a promessa do presidente Jair Bolsonaro de intervir na Petrobrás e submetê-la aos interesses do povo brasileiro. Nesta segunda-feira (1º/3), a empresa ignorou solenemente as bravatas bolsonaristas e, em mais um aceno ao mercado, reajustou o preço dos combustíveis pela quinta vez apenas em 2020. A gasolina vai ficar 4,8% mais cara nas refinarias, enquanto o diesel terá aumento de 5%.

O preço médio de venda do litro da gasolina passará a ser de R$ 2,60 – alta de R$ 0,12 por litro. No caso do diesel, o litro aumentou em aumento de R$ 0,13 e terá valor médio de R$ 2,71. Em dezembro, o litro da gasolina custava em média R$ 1,84, e o do diesel, R$ 2,02. Com os novos reajustes, o litro da gasolina nas refinarias acumula alta de 41,3% desde o início do ano, ao passo que o diesel encareceu 34,16% no período.

Já o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), conhecido popularmente como gás de cozinha, sofreu o terceiro reajuste no ano. Como o quilo do produto teve um aumento de R$ 0,15, haverá um impacto de R$ 1,90 no botijão de 13 quilos – que passará a custar R$ 39,69 nas refinarias. A alta foi de cerca de 5%.

A desmoralização de Bolsonaro é ainda maior porque esses aumentos anulam a isenção de impostos federais que o governo havia anunciado para os combustíveis. Detalhe: é exatamente nesta segunda que os combustíveis chegam aos brasileiros com os tributos federais zerados. Assim, na prática, a isenção pouco ou nada beneficiará a população.

Há duas semanas, num jogo de cena, Bolsonaro reclamou dos sucessivos aumentos dos combustíveis e demitiu, pelas redes sociais, o presidente da Petrobras, Castello Branco, indicando o general Joaquim Silva e Luna para o seu lugar. As mudanças, porém, não alteraram a política de preços da empresa – que continua a seguir a cotação internacional do petróleo e do dólar. Além disso, a Petrobras perdeu R$ 102 bilhões em valor de mercado num intervalo de apenas dois dias.

Com agências