Petrobras anuncia novo reajuste; gasolina já aumentou 22% em 2021

Estatal também reajustou os preços do diesel e gás. Novos preços passam a valer nesta terça-feira (9).

Petrobras acompanha preços internacionais - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A Petrobras anunciou, nesta segunda-feira (8), mais um reajuste de seus produtos. A alta está em linha com a nova política de preços da estatal, de acompanhar os preços do petróleo no mercado internacional. A política foi instituída pelo governo Michel Temer e mantida por Paulo Guedes e Jair Bolsonaro. O reajuste será de 8,2% para a gasolina; 6,2% para o diesel e 5,1% para o gás.

Desde o início do ano, a Petrobras já reajustou a gasolina em 22%. O diesel, que também sofrerá reajuste, acumula alta de 10,9%. Já o gás de cozinha acumula alta de 16,1%. Os novos preços valem a partir de amanhã (9) nas refinarias.

O governo de Jair Bolsonaro tenta tornar a discussão das sucessivas altas dos combustíveis e gás de cozinha um debate sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um tributo estadual. O presidente apresentou uma proposta de ICMS fixo que supostamente resolveria o problema. A Petrobras também tem divulgado em seus canais que o preço que o consumidor final paga não é o mesmo das refinarias e que os impostos no meio do caminho contribuiriam para a alta.

Nada disso, no entanto, apaga o fato de que é o terceiro reajuste em 2021 sobre itens que fazem parte da cesta de despesas básicas dos brasileiros, em meio a uma pandemia que empobreceu e desempregou as pessoas. Além da valorização do petróleo – o barril do tipo Brent chegou a US$ 60 nesta segunda – o real foi a moeda que mais se desvalorizou em 2020.

A cotação do dólar ultrapassa diariamente o patamar dos R$ 5, o que torna a política de seguir os preços em moeda estrangeira ainda mais cruel em um país cujo salário mínimo está cada vez mais defasado.

Em entrevista recente ao Vermelho, o economista Fernando de Aquino, coordenador da Comissão de Política Econômica do Conselho Federal de Economia (Cofecon), afirmou que repassar as oscilações de preços do mercado internacional ao consumidor final não se justifica.

“Se você tem uma empresa estatal que não é usada para fazer política econômica, que funciona igual a uma empresa privada, então não precisa ser estatal. O governo tem empresas estatais para ajudar na política econômica. Como os banco estatais, que emprestam a setores aos quais os bancos privados não querem empresar. Essa questão do gás, tem que analisar do ponto de vista de manter um preço acessível para as classes de baixa renda.”, diz.

Com informações da Exame e Estadão Conteúdo

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