Sem categoria

Produção industrial cai 4,5% com pandemia e bolsonarismo

Resultado intensificou as perdas ocorridas em 2019, quando a indústria já havia retraído 1,1%

Sem estímulos do governo Jair Bolsonaro e sob os efeitos da pandmeia de Covid-19, a produção industrial encolheu 4,5% no Brasil em 2020. Conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é o pior desempenho da indústria desde 2016 – o ano do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff –, quando houve recuo de 6,4%. O resultado intensificou as perdas ocorridas em 2019, quando a indústria já havia retraído 1,1%.

Considerando apenas dezembro, o resultado foi positivo em 0,9%, registrando o oitavo mês consecutivo de alta. Os dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo instituto ainda mostram que a produção industrial cresceu 3,4% em comparação ao patamar pré-pandemia. Mesmo assim, não foi o suficiente para fechar o ano com alta no setor.

Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, a produção industrial apresentou regularidade de crescimento nos últimos meses, com perfil generalizado de expansão. Três das quatro grandes categorias econômicas e 17 dos 26 ramos pesquisados tiveram alta nos números de dezembro em comparação com novembro.

O setor de veículos automotores, reboques e carrocerias cresceu 1.308,1% desde abril, eliminando a perda de 92,3% de março e abril, quando o país fechou fábricas para conter o avanço da Covid-19 por meio de isolamento social. O desempenho do setor em dezembro contribuiu também para a alta da metalurgia, que cresceu 19% – sexta taxa positiva seguida, acumulando alta de 58,6% desde julho.

Apesar disso, o segmento de veículos foi a maior influência negativa no acumulado de 2020 contra 2019, com queda de 28,1%. A metalurgia também marcou retração: -7,2%.

Também cresceram em dezembro máquinas e equipamentos (6,0%), produtos têxteis (15,4%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (11,5%), produtos de borracha e de material plástico (4,8%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,7%) e produtos de metal (2,9%). Por outro lado, recuaram os segmentos de produtos alimentícios (-4,4%), bebidas (-8,1%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,3%).

Com informações da Folha de S.Paulo