59% dos brasileiros reprovam a gestão de Bolsonaro, aponta pesquisa

Rejeição é ainda maior entre os que têm ensino superior (64%), moram no Nordeste (63%) e entre as mulheres (67%)

As ações desastrosas do governo Jair Bolsonaro frente à pandemia de Covid-19, somadas às consequências econômicas – sobretudo sobre os mais pobres –, derreteram a popularidade do presidente. De acordo com pesquisa da consultoria Atlas Político, realizada entre os dias 20 e 24 de janeiro, houve um aumento de sete pontos percentuais na desaprovação de Bolsonaro em relação ao verificado em novembro do ano passado.

Agora, seis em cada dez pessoas entrevistadas afirmam desaprovar o desempenho do capitão reformado no comando do país – 59%, ante os 52% de dois meses atrás. A tendência segue o que já havia sido verificado recentemente por outros institutos de pesquisa, como o Datafolha e a XP/Ipespe.

A falta de aprovação é ainda maior entre os que têm ensino superior (64%), moram no Nordeste (63%) e entre as mulheres (67%). A maré negativa para o presidente ocorre em meio ao caos na saúde pública, que chegou ao pico no último 14 de janeiro, com a falta de oxigênio nos hospitais de Manaus. Paralelamente, a economia vem registrando piora e o fim do auxílio emergencial deixará de atenuar o impacto entre os mais pobres.

“Há uma grande preocupação com a pandemia por conta da nova onda de contágio, que causou o colapso do sistema de saúde em Manaus e que também tem um grande impacto econômico”, afirma Andrei Roman, diretor do Atlas Político, que ressalta que 73% das pessoas acreditam que o auxílio emergencial deva continuar, na contramão das intenções do presidente em relação à medida. “Crise na saúde, impacto sobre emprego e popularidade do presidente estão fortemente correlacionados”, ressalta ele.

Para a pesquisa, feita por meio de questionários randômicos respondidos pela internet e calibrados por um algoritmo, foram colhidas a opinião de 3.073 brasileiros de diferentes regiões, faixas etárias e nível de renda. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Ainda conforme o levantamento, 63% dos entrevistados acreditam que a situação de saúde pública criada pelo coronavírus está piorando – e 51,2% defendem a ampliação do isolamento social, outra medida refutada por Bolsonaro desde o início da crise. Também na contramão das posturas do presidente – que já afirmou claramente que não pretende se vacinar –, 73% das pessoas dizem que pretendem se imunizar contra a doença.

A avaliação da área econômica também agrava a crise de imagem do presidente. Oito em cada dez entrevistados (81%) acreditam que a situação do emprego é ruim e 45% acham que ela deve permanecer ruim em seis meses. Para 75%, a situação econômica do Brasil é ruim e metade dos entrevistados considera a situação de sua família ruim. Para 27%, a expectativa é que permaneça ruim em seis meses.

Com informações do El País

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