Deputados cobram impeachment de Bolsonaro

Parlamentares criticam omissão do presidente diante do agravamento da pandemia e do colapso na saúde em Manaus. Nas redes sociais, panelaço é convocado para cobrar afastamento de Bolsonaro.

Foto: Filipe Araujo

O colapso na saúde em Manaus reacendeu a pressão pela abertura do processo de impedimento de Jair Bolsonaro. Nesta sexta-feira (15), após ampla repercussão sobre o caos que vive a capital amazonense em nova onda de casos de Covid-19 e falta de oxigênio para atender os pacientes, o presidente da República afirmou já ter feito sua parte. Parlamentares, artistas, internautas, movimentos sociais endureceram as críticas e retomaram a pressão para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dê andamento aos processos já protocolados na Casa.

Um panelaço na noite desta sexta-feira (15), às 20h30, foi convocado pelas redes sociais para ampliar a cobrança. A convocação feita por meio da hashtag #BrasilSufocado critica a omissão do presidente com a pandemia de Covid-19, principalmente após o caos no sistema de saúde de Manaus.

A líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC), foi uma das parlamentares que criticou a declaração de Bolsonaro. Para ela, sem medidas de contenção à proliferação do vírus, a situação de Manaus pode se repetir em outros estados.

“’Fizemos nossa parte’, disse Bolsonaro sobre as mortes em Manaus. É, faz sentido… O presidente que sempre disse: “é uma gripezinha”, “e daí?”, “não sou coveiro”, incentiva as pessoas a não tomarem vacina, está conseguindo o que sempre quis: mais brasileiros mortos. O colapso no sistema de saúde em Manaus é responsabilidade do governo federal, sim. Bolsonaro e seus asseclas relativizaram a pandemia o tempo todo. Não existe uma coordenação nacional. O sistema está pressionado há meses e não dava para prever a falta de oxigênio em Manaus? O povo brasileiro está sufocado por esse governo, que não disponibiliza oxigênio e nem vacina para todos. #ImpeachmentBolsonaroUrgente #BrasilSufocado”, afirmou a deputada em sua conta no Twitter.

Apesar de Bolsonaro afirmar que o governo fez sua parte com insumos e recursos para o estado, a situação no Amazonas permanece crítica, com mais de 200 pacientes sendo transferidos para sete estados e para o Distrito Federal por falta de leitos e de oxigênio.

“O drama do Amazonas poderá se estender a outros estados brasileiros. Bolsonaro está levando o Brasil ao caos social e sanitário. É urgente afastarmos esse sociopata, genocida do poder, pelo bem do Brasil”, afirmou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).

Já o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que “não é mais possível tolerar um presidente comprometido com a morte e a destruição do país”. “Bolsonaro está matando o Brasil, literalmente. Deve ser retirado e julgado por seus crimes contra a Humanidade”, declarou.

Para a deputada Tábata Amaral (PDT-SP), ” a sociedade brasileira não aguenta mais tanta incompetência e falta de humanidade de um governo que não governa. Bolsonaro não sabe lidar com essa crise. Basta! Pela saúde e pela vida dos brasileiros, participem junto conosco do panelaço”.

Já Fernanda Melchionna (RS), líder do PSOL afirmou que “basta deste governo genocida! Pela vida do povo, oxigênio para Manaus, adiamento do ENEM e vacina para todos, exigimos Impeachment já!”.

O líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), aderiu a hashtag #BrasilSufocado e afirmou que a ausência do presidente em Manaus “apenas confirma e reforça que ele não sabe mesmo o que fazer para o bem do Brasil”.

Na quinta-feira (14), ao mencionar a situação de Manaus na habitual live promovida por Bolsonaro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a responsabilidade pela situação é da prefeitura e do governo estadual. Além disso, Pazuello citou o período chuvoso na região e falta de tratamento precoce com hidroxicloroquina, mesmo sem comprovação científica sobre a eficácia do tratamento.

Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o ministro da Saúde “comprova sua competência em cumprir ordens” apenas, ignorando sua missão à frente da Pasta. “O atual ministro da Saúde mostra competência em uma única coisa: cumprir ordens. Mesmo que essas ordens resultem na morte de pessoas. Bolsonaro e Pazuello devem ser responsabilizados pelos crimes cometidos contra a vida, a ciência e a democracia”, afirmou.

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