A luta dos metalúrgicos da Ford é uma luta de todos nós, por Alex Custodio

Momento que requer resistência, unidade e luta

- Foto: Alberto Coutinho/GovBA

Diante da condenável decisão da Ford de fechar suas fábricas no Brasil e demitir cerca de 5 mil funcionários, o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região (MG) manifesta solidariedade aos trabalhadores e às trabalhadoras da montadora.

Ao encerrar, de forma súbita e imediata, a produção nas plantas de Camaçari (BA) e Taubaté (SP), a montadora vai acentuar ainda mais a crise econômica e social vivida no Brasil. É inaceitável que uma medida tão drástica seja tomada e aplicada sem diálogo preliminar com os sindicatos que representam essas bases, o Poder Público e mesmo as empresas fornecedoras.

Para instalar-se e produzir no Brasil, a Ford se beneficiou de amplos incentivos do governo federal – e também de governos estaduais e municipais –, a exemplo da história da Fiat em Betim. As duas montadoras adquiriram grandes terrenos a preços simbólicos (ou, em alguns casos, doações) e tiveram regimes especiais de tributação. A estimativa oficial é que, só em impostos federais, a Ford recebeu R$ 20 bilhões em incentivos desde 1999.

Defendemos, sim, o estímulo ao setor produtivo – como fazem, aliás, todas as nações industrializadas e ricas do Planeta. Sem uma indústria nacional forte e competitiva, não há desenvolvimento soberano, crescimento econômico sustentado e geração de empregos de qualidade.

Mas os incentivos financeiros e fiscais precisam ter contrapartidas à altura, como a garantia de permanência numa região por um período maior de tempo e a estabilidade no emprego dos trabalhadores. Do contrário, seria razoável cobrar um ressarcimento pela renúncia fiscal oferecida pelos governos.

Mais do que isso, por muitas décadas Ford e Fiat pagaram salários injustos e negaram direitos aos trabalhadores – o que aumentava, e muito, suas margens de lucro. Graças ao movimento sindical, os metalúrgicos do setor automotivo passaram a ter convenções e acordos coletivos cada vez mais favoráveis em diversas regiões do País.

É um momento que requer resistência, unidade e luta. Nós, metalúrgicos de Betim, estamos ao lado dos companheiros de Camaçari, Taubaté e Horizonte (CE) – as três cidades brasileiras com fábricas da Ford. A luta dessas bases irmãs para enfrentar a nova crise passa a ser a nossa própria luta. Contem com nosso apoio!

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Um comentario para "A luta dos metalúrgicos da Ford é uma luta de todos nós, por Alex Custodio"

  1. Roberto de Aquino Neves disse:

    A luta deles não é nossa luta! Não luto junto a pelegos que votaram no Bozzo!

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