Biden condena atraso das vacinas nos EUA: “Neste ritmo levaria anos”

Com cerca de 340 mil mortes e 20 milhões de infectados pelo coronavírus, os Estados Unidos registraram 3,7 mil vítimas fatais nas últimas 24 horas, um novo recorde mundial.

Joe Biden recebe 1ª dose de vacina contra a Covid-19 | Foto: Leah Millis/Reuters

“O plano do governo de Trump para distribuir as vacinas contra o coronavírus está com atraso, com muito atraso. No ritmo que o programa de vacinação está avançando agora, levaria anos, não meses, para vacinar o povo”, criticou na-terça-feira (29), o presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

“Como há muito temia e avisava, o esforço para distribuir e administrar a vacina não está progredindo como deveria”, alertou Biden, para quem é necessário “mover céu, mar e terra para avançar na direção correta” no combate à pandemia. “Minha capacidade de mudar a direção da pandemia começa em três semanas, com um esforço muito mais efetivo”, sublinhou.

Na avaliação de Biden, que assumirá a presidência em 20 de janeiro, o combate à pandemia será o “maior desafio operacional que já enfrentamos como nação”, principalmente pela desorganização deixada como herança pelo governo anterior. O fato, assinalou Biden, é que Trump havia projetado vacinar 20 milhões de estadunidenses (dos cerca de 330 milhões) neste ano, faltando apenas três dias para terminar o ano, nem dois milhões receberam a primeira dose, conforme os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

Com cerca de 340 mil mortes e 20 milhões de infectados pelo coronavírus, os Estados Unidos registraram 3,7 mil vítimas fatais nas últimas 24 horas, um novo recorde mundial.

Nos “Desafios dos 100 dias”, Biden disse que “lançará uma campanha de educação pública massiva para aumentar a aceitação da vacina” e que fará “tudo o que estiver ao nosso alcance para mostrar que as vacinas são seguras e extremamente importantes para a saúde de uma pessoa e a de sua família e comunidade”.

O presidente eleito reiterou que vai invocar a Lei de Produção de Defesa – usada em casos de guerra e catástrofes, como furacões – para fazer com que indústria privada aumente a produção de vacinas e as destine ao governo. Ele também implorou que os norte-americanos usem máscaras para conter a disseminação da Covid-19 e reiterou que irá impor um mandato para coberturas faciais em áreas onde o governo federal tem jurisdição, como aviões. “Estamos planejando um esforço de todo o governo e vamos trabalhar para criar locais de vacinação e enviar unidades móveis para comunidades de difícil alcance”, declarou.

Após reunião com especialistas, Biden manifestou sua confiança no retorno à normalidade em 2021, mas não de imediato. “Podemos não ver melhorias até março, pois levará algum tempo para que nosso plano de resposta do coronavírus comece a produzir um progresso visível”, apontou.

Vacinado em evento transmitido pela televisão na semana passada, o presidente eleito pediu para que Trump “exortasse clara e inequivocamente a todos os estadunidenses a tomar a vacina”, a fim de incutir “um grau de confiança” em algumas comunidades mais reticentes.

Frente às inúmeras críticas do líder democrata, que também repercutem o crescente anseio da população por um combate mais ágil e efetivo à pandemia, o republicano Trump disse que “não só desenvolvemos as vacinas como já as enviamos aos estados”, como se isso fosse algo grandioso. Pelas projeções atuais, Trump deixará 400 mil estadunidenses como vítimas fatais da Covid-19 como legado do seu mandato.

(PL)

Fonte: Portal PCdoB/Papiro

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