Delegação russa chega à Venezuela; EUA ameaçam

Uma delegação russa de alto nível chegou à capital venezuelana, Caracas, no sábado (5), para uma missão de observação nas eleições parlamentares, disse a embaixada russa em Caracas. Foto e vídeo: Beatriz Araújo Lopes Durval (Bia Lopes).

“Uma delegação russa de alto nível, composta por representantes da liderança da Duma de Estado [câmara baixa russa], o Comitê de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação [câmara alta], vice-chefes e membros de vários comitês de ambas as casas parlamentares e do Ministério das Relações Exteriores, chegou a Caracas. O objetivo da visita é observar as eleições para a Assembleia Nacional da Venezuela”, disse a embaixada.

A agenda da delegação russa inclui visitas ao Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela e um encontro com seu presidente, bem como atividades em sedes de campanha de vários partidos e assembleias de voto. “A participação de observadores russos no processo eleitoral venezuelano tem sido regular recentemente, o que tem contribuído para o fortalecimento dos assuntos interparlamentares e bilaterais”, acrescentou a embaixada.

O bloco de oposição venezuelano de Juan Guaidó, ex-membro da Assembleia Nacional e líder oposicionista que fracassou na tentativa de derrubar o governo constitucional do presidente venezuelano Nicolás Maduro, se recusou a participar das eleições. Um total de 107 partidos políticos e alianças estarão concorrendo na votação.

Estados Unidos

Por trás da manobra estão os Estados Unidos. O regime da Casa Branca já disse que quando o presidente eleito Joe Biden chegar à Casa Branca deve manter a pressão sobre Caracas a fim de iniciar negociações, disse Elliott Abrams, representante especial dos Estados Unidos para o Irã e Venezuela. Em uma entrevista à Reuters, ele instou a próxima administração Biden a usar a influência que acredita ter sido ganha com anos de duras sanções destinadas a derrubar o presidente Nicolás Maduro.

Abrams disse que tem “sempre uma preocupação” de que a nova administração possa tornar mais branda a pressão sobre Maduro, embora ele não tenha visto sinais disso por parte de Biden ou de seus assistentes, apelando a manter sanções rigorosas. Além disso, Elliott Abrams ameaçou com mais sanções contra qualquer responsável por “fraude eleitoral” nas eleições.

“Eles estão realmente encostados à parede,” disse Abrams, se referindo ao impacto econômico das sanções dos EUA sobre Maduro e seus aliados. “E nós temos muita influência; devemos usá-la […] O meu conselho político [à administração Biden] seria não dar brindes a Maduro”. Anteriormente o almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos, declarou, sem provar, que o Irã enviou armas e paramilitares para ajudar a Venezuela.

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As informações são da Sputnik News