Eduardo Bolsonaro e bolsonaristas lideram fake news contra eleições

FGV afirma que 700 mil postagens foram feitas para deslegitimar sistema eleitoral e impor “voto impresso”.

Eduardo Bolsonaro - Foto: Cleia Viana/ Câmara dos Deputados

Os bolsonaristas seguidores do presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, foram os principais disseminadores de fake news no primeiro turno das eleições municipais deste ano. O monitoramento foi feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e aponta que, jornalistas ligados ao processo de informações falsas, lideram a lista.

Oswaldo Eustáquio, blogueiro preso duas vezes por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), é o maior divulgador de notícias falsas que atentam contra a democracia. Ele cumpre prisão domiciliar e está proibido de usar as redes, porém, inventou uma denúncia contra o candidato do Psol em São Paulo, Guilherme Boulos.

Ainda de acordo com o estudo da FGV, os parlamentares bolsonaristas do PSL e apoiadores de Bolsonaro: Carla Zambelli (SP), Bia Kicis (DF), Filipe Barros (PR) e Daniel Silveira (RJ) estão entre os maiores difusores de fake news. Os blogueiros e influenciadores bolsonaristas Leandro Ruschel, Allan dos Santos, Bernardo Küster também encabeçam a lista.

A FGV aponta que quase 700 mil postagens sobre fraude do sistema eleitoral foram feitas entre o domingo do primeiro turno na eleição (15) e a última quinta-feira (26). A hashtag mais disseminada foi #votoimpressoja, com mais de 38 mil publicações.

Eleição sem favorito

O diretor do Datafolha, Alessandro Janoni, publicou artigo na noite deste sábado (28), no jornal Folha de S.Paulo, e analisa alguns fenômenos para o segundo turno da disputa em São Paulo, entre Boulos e o tucano Bruno Covas, e que podem trazer surpresas no resultado do pleito.

Na avaliação dele, o coronavírus, as taxas de abstenção e o número de indecisos são os fatores que fazem da eleição da cidade São Paulo “atípica” e sem favorito, apesar da liderança do atual prefeito nas pesquisas. Janoni afirma que o cancelamento do debate da TV Globo, da última sexta-feira (27), por conta do teste positivo de Boulos para covid-19, contribui para a incerteza.

“Em cenário tão atípico, impossível prever se ainda haverá movimento. Além da alta taxa de eleitores que se mostram indecisos ou que ainda cogitam mudá-lo (somados, correspondem a 17%), a decisão sobre qualquer opção passa antes pela disposição ou condição do paulistano em comparecer às urnas”, afirmou no texto.

Alessandro diz ainda que há uma abstenção acima da média em bairros periféricos nas zonas eleitorais de Guaianazes, Cidade Tiradentes, Perus e Brasilândia e que esse baixo comparecimento foi protagonizado por eleitores de baixa renda, onde a intenção de votos de Boulos avançou.

“O dado torna imprevisível o efeito do fenômeno sobre o resultado da eleição. Apesar de Covas atrair a maioria dos que ganham até cinco salários mínimos, essas regiões das zonas leste e norte foram as áreas onde Boulos mais evoluiu no segundo turno”, analisa Janoni.

Fonte: Rede Brasil Atual

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