Manuela: votar impeachment na reta final da eleição é “velha política”

Segundo a candidata à prefeitura de Porto Alegre, votação “no calor das eleições” é inoportuna

Manuela D'Ávila - Foto: Divulgação

A candidata à Prefeitura de Porto Alegre, Manuela D’Ávila (PCdoB) considerou que a votação do processo de impeachment contra o atual prefeito, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), no “calor das eleições”, é inoportuno. Para a Manuela, a votação, marcada para a terça-feira (01), pode ter um resultado injusto.

“Durante toda a eleição manifestei que acho incorreto que esse processo seja julgado no calor da eleição. E acho que no dia seguinte ainda viveremos nesse clima. Acho que deveria ser um outro momento”, disse Manuela D’Ávila em entrevista à Rádio Gaúcha.

“Eu defendo sempre julgamentos justos e acho que o calor da eleição poderia transformar este julgamento em injusto”, destacou a candidata.

Votação

O processo de impeachment de Marchezan está em discussão na Câmara de Vereadores da capital gaúcha. Ele é acusado de ter utilizado de forma irregular recursos para publicidade durante a pandemia do coronavírus. O prefeito nega que houve irregularidade nas campanhas publicitárias durante o enfrentamento da Covid-19, uma situação inédita no mundo.

Na noite desta sexta-feira (27), a desembargadora Marilene Bozanini, do Tribunal de Justiça, interrompeu o andamento do processo de impeachment do prefeito de Porto Alegre. Na mesma decisão, foi suspensa a sessão do julgamento em plenário, que poderia cassar o mandato do prefeito.

O despacho da desembargadora atendeu parcialmente recurso de Marchezan, que pediu a suspensão do processo após o vencimento do prazo legal de 90 dias. A desembargadora ressaltou que o processo de cassação deve obedecer às “rígidas formalidades legais”:

“Nessa perspectiva, destaco que o processo de cassação de mandato de prefeito, dadas suas gravíssimas repercussões, deve obedecer às rígidas formalidades legais, não se admitindo o atropelo das regras legais em nome da celeridade ou da instrumentalidade do processo de apuração das faltas imputadas ao edil acusado”.

A decisão da magistrada indica que Marchezan não irá a julgamento. Falta um mês para o término do mandato.

Manobra

Marchezan Jr. aparecia nas pesquisas eleitorais em um possível segundo turno com Manuela D’Ávila, mas após uma manobra articulada pela candidatura de Sebastião Melo (MDB) que cassou a chapa do candidato José Fortunati (PTB), o atual prefeito não obteve os votos necessários para o segundo turno.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, Marchezan denunciou a armação de Melo ao final da corrida eleitoral, o que gerou muitas controvérsias. “A desistência do Fortunati foi algo mais ou menos assim: matou, foi no velório, comemorou com a família. É algo de máfia italiana”, disse o prefeito aos entrevistadores da Rádio Gaúcha.

“É um cenário surreal, não é?”, diz Marchezan. “Um candidato articula para impugnar a candidatura do outro, e depois a família do outro candidato – ou seja, o partido – apoia, e depois o próprio candidato apoia”.

O prefeito de Porto Alegre conta que o advogado da campanha de Sebastião Melo (MDB) ofereceu à sua campanha o mesmo processo que depois redundaria na cassação da candidatura de Fortunati. Porém, Marchezan recusou a oferta.

O plano inicial, portanto, era fazer Marchezan entrar contra Fortunati, para esconder a origem da ação – o esquema de Melo e dos bolsonaristas.

Fonte: Hora do Povo

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