Bolsonaro acata lista tríplice e Márcia Abrahão é reitora da UnB

O presidente Jair Bolsonaro mantém recomendação da lista tríplice e nomeia Márcia Abrahão reitora da Universidade de Brasília nesta sexta (20)

Reitora da Universidade de Brasília, Márcia Abrahão, em imagem de arquivo — Foto: Beto Monteiro / Secom UnB

A primeira colocada na lista tríplice para assumir a reitoria da Universidade de Brasília, Márcia Abrahão, foi confirmada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (20). A nomeação publicada no Diário da União (DOU) confirma a reeleição da professora, que estava ameaçada por interferência do presidente. 

Em 14 oportunidades, Bolsonaro quebrou a tradição em confirmar o primeiro colocado da lista tríplice e havia indicado reitores(as) e diretores(as) de instituições federais de ensino que não encabeçavam as listas ou sequer constavam entre os indicados a partir das consultas internas. Na Universidade Federal da Paraíba, por exemplo, nomeou o candidato menos votado para a reitoria. 

As votações na UnB para reitor(a) ocorreram de forma remota em 26 de agosto, e a chapa composta por Márcia Abrahão e o vice Enrique Huelva foi eleita com 54% dos votos para continuar na reitoria até 2024. Cerca de 95% do corpo acadêmico, entre professores e docentes, participou das eleições. 

Em setembro, no dia 17, o Conselho Universitário de Brasília (Consuni-UnB) votou a ordem tríplice para a escolha do novo reitor, que foi submetida à avaliação do presidente da República. O conselho, em consulta à comunidade e candidatos, decidiu apresentar a lista sem os nomes dos outros candidatos que concorreram à reitoria em agosto. Uma tentativa de garantir a autonomia da universidade em escolher o seu representante. Ao fim da reunião, Márcia terminou com 85 votos; Olgamir Amacia Ferreira, com dois; e Germana Henriques Pereira, com um. 

No dia 11 de novembro, um ato organizado pelo Comitê em Defesa da UnB, formado pelas entidades que compõem a universidade, defendeu a nomeação da reitora escolhida pela comunidade acadêmica e indicada pelo Consuni. “Entendemos a importância da defesa da posse da professora Márcia enquanto parte da luta pela democracia”, afirmou Ludmila Brasil, secretária geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Honestino Guimarães.

Após as pressões por parte dos grupos ligados à universidade, entre estudantes, professores e servidores, Jair Bolsonaro escolheu a primeira colocada na lista tríplice e única que passou pela aprovação da comunidade, Márcia Abrahão.

Propostas e desafios

Márcia Abrahão foi eleita reitora em 2016, a primeira mulher a exercer o cargo efetivamente na Universidade de Brasília. Possui graduação, mestrado e doutorado em Geologia pela UnB, além de experiência como pesquisadora do CNPq e no Programa de Pós-Graduação em geologia. 

Fora da UnB, após a graduação, atuou como geofísica da Petrobras na capital do Rio de Janeiro e em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Foi também analista do Banco Central por um breve período antes de voltar à universidade para cursar o mestrado e doutorado. 

Durante o seu primeiro mandato, teve como principais pautas a flexibilização da jornada de trabalho para os servidores da UnB, a ampliação de políticas de acolhimento e permanência de alunos em situação vulnerável e a modernização da infraestrutura. 

Depois de reeleita em agosto, Márcia afirmou em entrevista ao G1 que pretende investir em pesquisas, expandir o ensino à distância e planejar a retomada dos alunos no formato presencial. Um dos principais desafios está relacionado ao orçamento da instituição, que sofre reduções consecutivas.

Em 2021, o Ministério da Educação (MEC) planeja reduzir em R$ 1 bilhão os recursos destinados às universidades e instituições federais de ensino. Para a gestora o diálogo com o MEC e o Congresso Nacional é essencial para que “”haja um equilíbrio no orçamento das universidades”.

Com informações de Guia do Estudante, G1 e ADUnB

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