Papa Francisco lamenta incêndios no Pantanal e na Amazônia

Para o pontífice, pandemia “pôs em maior evidência os problemas e as injustiças socioeconômicas” da América Latina

O papa Francisco voltou a lamentar, nesta quinta-feira (19), a destruição do Pantanal e da Amazônia. Em mensagem de vídeo para o seminário virtual “América Latina: Igreja, Papa Francisco e os Cenários da Pandemia”, o líder católico frisou também os impactos sociais da crise sanitária da Covid-19. Segundo Francisco, a pandemia “ampliou e pôs em maior evidência os problemas e as injustiças socioeconômicas que já afetavam gravemente toda a América Latina e, com maior dureza, os mais pobres”.

As “desigualdades e a discriminação” e a falta dos itens de necessidade básica, como água, comida, remédios, acesso ao trabalho e o direito a “um teto seguro” estão entre os problemas relatados pelo pontífice. A esses problemas o papa agregou a crise ambiental no Brasil. “Neste momento, estou pensando também nos irmãos e irmãs que, além de sofrerem na luta contra a pandemia, veem com tristeza que o ecossistema ao seu redor está em sério perigo pelos incêndios florestais que destroem extensas áreas no Pantanal e na Amazônia – que são o pulmão da América Latina e do mundo”, afirmou.

A proteção do meio ambiente é um dos principais temas defendido pelo papa à frente da Igreja Católica, tendo sido citada por diversas vezes em discursos e encíclicas. No fim de setembro, Francisco citou a “perigosa situação da Amazônia” como um dos pontos centrais do discurso na Organização das Nações Unidas (ONU).

“Somos conscientes de que os efeitos devastadores da pandemia serão vividos ainda por muito tempo, sobretudo em nossas economias”, afirmou Francisco nesta quinta. Exortando os participantes do seminário a tomarem ações concretas, ele pediu que todos tenham “uma atenção solidária e propostas criativas para aliviar o peso da crise”.

“A pandemia nos mostrou o melhor e o pior de nossos povos e o melhor e o pior de cada pessoa. Agora, mais do que nunca, é necessário retomar a consciência de nosso pertencimento comum”, disse o líder religioso. “O vírus nos lembra que a melhor forma de nos cuidar é aprendendo a cuidar e a proteger os que temos ao nosso lado: consciência de bairro, consciência de povo, consciência de região, consciência de casa comum.”

Francisco ainda ressaltou que os povos latino-americanos “nos ensinam que são povos com alma” e que sempre souberam “enfrentar com valentia as crises”. “Por favor, não nos deixemos roubar a esperança. O caminho da solidariedade como justiça é a melhor expressão do amor e da proximidade. Desta crise, nós podemos sair melhores”, concluiu.

Com informações da Ansa

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