Evo Morales: Unidade em torno do “irmão Lucho”

Evo Morales, que retornou à Bolívia na última segunda-feira (9), voltou nesta quarta-feira (11) a Chimoré, localidade boliviana da qual se exilou há um ano, e o fez com uma mensagem de unidade e apoio ao novo presidente, Luis Arce, com quem, disse, mantém contato permanente.

Uma luta dura está chegando, temos que acompanhar e cuidar do irmão Lucho (Luis Arce), disse ele, em uma impressionante concentração de bolivianos de todo o país, acrescentando que “não cometemos nenhum erro ao escolher como candidato presidencial o irmão Lucho”, lembrando que a indicação era motivo de controvérsia.

Evo informou que nesta manhã contatou Arce e ele disse-lhe que faria todo o possível para vir ao evento hoje, mas não pôde, o que é compreensível porque o aparelho de estado está a se organizar, o que é uma tarefa muito difícil.

Ele acrescentou que também conversou por telefone com Arce sobre o processo de nomeação de autoridades. O presidente nomeou seu novo gabinete em consulta com o Movimento pelo Socialismo (MAS) liderado por Morales e o Pacto de Unidade que agrupa organizações sociais.

Essas organizações participaram do evento de recepção a Evo em Chimoré, que contou com a presença de parlamentares do MAS, incluindo os presidentes do Senado, Andrónico Rodríguez, e da Câmara dos Deputados, Freddy Mamani, além de convidados de vários países, como o candidato à presidência equatoriana, Andrés Araúz.

Em outra parte de seu discurso, sob um forte sol refrescado por uma chuva que os assistentes suportaram com firmeza, Evo Morales disse que “derrotamos a direita e vamos continuar derrotando-a, porque somos um povo unido’ que mostrou que sabe conduzir o país”.

Sobre o golpe que frustrou sua eleição, disse que a vitória de Arce e do MAS confirma que não houve fraude nessas eleições, como alegaram os golpistas.

Acrescentou que o golpe confirmou que se trava uma guerra ideológica e programática, na qual a direita não aceita que os índios tenham conseguido mudar a Bolívia, e assinalou que, apesar de seus erros, o MAS demonstrou que administra o país melhor que os governos neoliberais.

Ele destacou que o imperialismo não aceita governos melhores que os neoliberais, não aceita o modelo econômico “criado pelos movimentos sociais”, baseado na nacionalização dos recursos naturais, então o golpe de 2019 foi contra o modelo e para que os Estados Unidos se apoderassem do lítio boliviano.

Fonte: Prensa Latina