Após greve, professores do Rio entram em estado de alerta sanitário

Paralisação durou 112 dias e foi batizada de “greve pela vida”

Os professores do município do Rio de Janeiro decidiram suspender, a partir da próxima quarta-feira (28/10), uma histórica paralisação de 112 dias, batizada de “greve pela vida”. A deliberação foi tomada por maioria dos votos, numa assembleia unificada virtual realizada neste sábado (24) pelo sindicato da categoria, o Sinpro-Rio. Agora, os professores ficarão em “estado de alerta sanitário”, devido às exigências impostas pela pandemia do novo coronavírus.

“Foi decretado ‘Estado de Greve de Alerta Sanitário – Vigilância pela Vida’, em defesa da saúde física e psicológica do professor e da professora”, registrou o Sinpro-Rio, em seu site, logo após a assembleia. O sindicato também promete “severa vigilância ao cumprimento dos protocolos sanitários e pedagógicos, feita pelo plantão remoto e com visita às escolas, intensificando a denúncia das irregularidades”.

Desde 4 de julho, os professores estavam parados, em repúdio à volta às aulas presenciais em plena pandemia. Segundo Oswaldo Teles, presidente do Sinpro-Rio, a “luta incessante” da categoria “sensibilizou a sociedade, professoras, professores, pais e responsáveis”.

“As autoridades – governamentais e jurídicas – lavaram as mãos, colocando em risco a população brasileira, principalmente trabalhadoras e trabalhadores”, afirma o sindicalista. “São governantes que protegem apenas o capital, mas em nenhum momento o trabalhador.  Vamos continuar nesta resistência imensa contra os desmandos destes governos.”

Na sexta-feira (23), o sindicato denunciou colégios que não vêm respeitando as regras de distanciamento social. Na assembleia deste sábado, a categoria aprovou “ampliar a vigilância e denúncia das escolas que não respeitem os protocolos e os decretos sanitários”, além de acusar a “responsabilização e criminalização dos gestores públicos e privados, em referência ao não cumprimento dos protocolos”.

A rede estadual retomou as atividades presenciais na última segunda-feira (19), em 16 dos 92 municípios fluminenses, apenas para alunos do 3º ano do Ensino Médio e da fase IV da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Após uma batalha jurídica, a rede privada de ensino obteve a autorização para voltar a abrir as portas no primeiro dia deste mês.

Com informações do Sinpro-Rio e do Globo

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