Governo Bolsonaro acelera processo de privatização da Petrobras

A estatal abriu 48 procedimentos para a venda de ativos, o que significa uma média de 2,5 por mês. Os dados são do Dieese

Foto: Reprodução

Sob o governo Bolsonaro, a Petrobras quase duplicou o processo de vendas de ativos da empresa. Até agora são 48 processos abertos, uma média de 2,5 por mês. O número supera os procedimentos feitos no governo de Michel Temer (1,4 por mês) e é oito vezes maior do que a segunda gestão de Dilma Rousseff.

Os dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos), divulgados nesta segunda-feira (19) pelo jornal Folha de S.Paulo, demonstra que a estatal, sob o comando do economista Roberto Castello Branco, acelerou o processo de privatização.

“A mudança ganhou respaldo legal no início do mês, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a empresa a criar subsidiárias para vender, em processo que tinha como alvo principal o processo de venda de 8 de suas 13 refinarias. Sob o argumento de que não gera caixa suficiente para reduzir dívida e investir no pré-sal, a empresa diz que deve abrir mão de operações menos rentáveis”, diz um trecho da reportagem.

Castello Branco justifica que está havendo um reposicionamento da empresa, que abandona negócios considerados não prioritários, incluindo energias renováveis, e foca cada vez mais no pré-sal.

O coordenador geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid Bacelar, diz que a venda de refinarias reduz capacidade de se apropriar de margens de lucros sobre os combustíveis em períodos de petróleo barato.  Segundo ele, a Petrobras ia ser uma empresa de energia, mas agora quer ser uma empresa de commodities.

 “Já estamos atrasados quando em energia renovável e me parece um equívoco a Petrobras não estar articulada com essa discussão”, concorda o economista Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia. Balistiero diz ser favorável ao maior foco no pré-sal, mas questiona a possibilidade de criação de subsidiárias para venda de ativos sem o aval do Congresso.

O coordenador da FUP ainda denuncia que a empresa está melhorando a remuneração dos executivos por meio do incentivo das vendas dos ativos. “A diretoria é premiada com recursos financeiros a partir do momento em que ele consegue cumprir metas de privatizações que serão maléficas para a própria empresa no futuro”, diz.

Com informações da Folha de S.Paulo

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