Parlamento do Mercosul pede proteção para deputada do PSOL ameaçada

No episódio mais recente, Talíria Petrone (RJ), recebeu ameaças de morte durante sua licença maternidade, enquanto cumpria isolamento social.

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) - Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O Parlamento do Mercosul (Parlasul) aprovou, por unanimidade entre os países presentes, uma moção em apoio à deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), que vem sendo alvo constante de ameaças de morte. O documento também se manifesta contra a violência política no Brasil.

A moção pede que o governo brasileiro tome medidas efetivas para garantir de forma imediata a segurança de Talíria Petrone e de todas as mulheres disputando as eleições municipais, principalmente negras. Segundo o Parlasul, as mulheres parlamentares e candidatas são as principais vítimas de violência de gênero e raça, representando 76% dos casos de violência política.

O documento expressa ainda solidariedade a Talíria Petrone e a todas as vítimas de violência política e suas famílias, incluindo a vereadora Marielle Franco, companheira de partido da deputada, assassinada em 2018 no Rio de Janeiro junto com seu motorista, Anderson Gomes.

Segundo o documento apresentado ao Parlasul expondo a situação, as ameaças à parlamentar do PSOL são de longa data. No episódio mais recente, em junho deste ano, a deputada recebeu ameaças de morte durante sua licença maternidade, quando cumpria isolamento social. A partir de 15 de agosto, passou a receber proteção de uma escolta da Polícia Legislativa.

As ameaças, no entanto, começaram em 2016, após Talíria, que era amiga de Marielle Franco, ser eleita vereadora pela cidade de Niterói, no Rio de Janeiro. Em 2019, já como deputada federal, foi informada pela polícia sobre a descoberta de um plano na deep web para assassiná-la.

Em entrevista à coluna do jornalista Jamil Chade na semana passada, Talíria Petrone contou que foram identificadas cinco gravações este ano falando sobre sua morte. “Como se as ameaças anteriores à minha vida não fossem suficientes, alguns dias após o nascimento da minha filha recebi novas ameaças. Em junho de 2020, a linha telefônica ‘Disque Denúncia’ da Polícia do Rio de Janeiro noticiou à Câmara dos Deputados que havia mais de cinco gravações de pessoas falando sobre a minha morte”, afirmou.

A proposta de moção do Parlasul é assinada pelos deputados do PSOL Sâmia Bonfim (SP) e Glauber Braga (RJ); pela líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Perpétua Almeida (AC) e pela deputada do Mercosul Cecília Catherine Britto. A moção foi aprovada em reunião do Parlasul na última quarta-feira (7).

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