Manuela d’Ávila aponta prioridades como emprego, educação e vacinação

“Os próximos prefeitos vão enfrentar um dos piores momentos nas administrações municipais, porque será o encontro de várias crises”, disse a candidata à prefeitura de Porto Alegre

(Foto: Reprodução do YouTube)

Em entrevista a Hora do Povo, a ex-deputada federal e candidata à Prefeitura de Porto Alegre Manuela d’Ávila (PCdoB) afirmou que suas prioridades serão a geração de emprego e renda, reduzir a evasão escolar e garantir a vacina contra o coronavírus para toda a população da cidade.

“Os próximos prefeitos vão enfrentar um dos piores momentos nas administrações municipais, porque será o encontro de várias crises”, avaliou, em entrevista a Pedro Bianco

Na avaliação dela, o país tem uma crise econômica que é persistente, que não começa com a pandemia e atinge um grande número de pessoas. “Basta ver que quando a pandemia chega ao Brasil, nós já tínhamos 14 milhões de pessoas desempregadas”. Além da crise econômica, Manuela citou a crise sanitária na educação causada pela pandemia.

“Então, a partir disso, estabelecemos algumas prioridades, dividimos em três questões. A primeira é das políticas relacionadas ao emprego e renda”, explicou.

“Não é comum vermos uma eleição municipal na qual o debate principal seja sobre emprego e renda, e para mim esse é o debate central”.

Manuela apresentou as propostas de “microcrédito para as pessoas e para as pequenas empresas, sobretudo nos bairros periféricos” e de aumentar as compras feitas pela Prefeitura junto às “micro e pequenas empresas com sede no município”.

“Também bolamos uma política de subsídio para recontratação, com que a Prefeitura possa arcar com parte dos vencimentos do comércio ou do setor de serviços que recontratar mulheres, jovens, como oportunidade de primeiro emprego, ou aqueles que estão envelhecendo e estão à margem dos chamados ‘trabalhadores ideais’”.

Educação

Outra discussão que Manuela tem tratado como prioridade é a da evasão escolar e do trabalho infantil, que tendem a aumentar com a pandemia e a crise econômica. “Um ano perdido pelas crianças e pelos adolescentes não pode ser tratado burocraticamente como um ano letivo perdido. Isso porque o nosso país é profundamente desigual”.

“A perda desse ano tem impacto em todas as crianças e em todos os jovens. Eu tenho na minha casa uma de cinco e um de 17, eu sei disso, mas não incidirá igual nos filhos das mulheres e dos homens da classe trabalhadora e nos filhos das mulheres e homens da classe média”, avaliou.

“Tu imagina o que impactará na evasão escolar e no retorno do trabalho infantil esse ano perdido nas camadas populares que ficaram ou com a renda emergencial ou absolutamente desassistidas”, disse.

“Temos urgência em resgatar o sistema educacional da cidade, resgatar o chamado ano letivo perdido. É fundamental reunir comunidade escolar, professoras, a rede municipal, as creches conveniadas, para enfrentarmos o que perdemos nesse ano e resgatarmos cada criança para a escola”, afirmou a candidata.

A ex-deputada pretende realizar um programa de “renda básica” para famílias com crianças estudantes. “Nossa proposta é que nenhuma criança pode viver com menos de R$ 100 por mês para a manutenção dessas crianças na escola, para não faltar comida na mesa”.

Vacina

A terceira questão prioritária na campanha de Manuela é de que Porto Alegre “estabeleça uma política própria para conseguir negociar a vacina” contra a Covid-19. “O governo federal não faz nenhuma movimentação nesse sentido, faz questão de não manter relações adequadas com países, como a China, e os governos estaduais”.

“Nós sabemos que no momento em que sair a vacina vai ser uma corrida mundial, todos os lugares do mundo buscam vacinação para a sua população. Eu, como prefeita, não medirei esforços para realizar essas negociações”, defendeu.

Pesquisa

Uma pesquisa feita pela RealTime Big Data, que foi divulgada na quarta-feira (23), mostrou que Manuela está em primeiro lugar nas intenções de voto na disputa pela Prefeitura de Porto Alegre com 21%.

Em segundo lugar está José Fortunati (PTB), com 11% das intenções de voto. Atrás dele estão o atual prefeito, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), e Sebastião Melo (MDB), ambos com 10%.

Manuela acredita que sua candidatura, que tem Miguel Rossetto (PT) como vice, é fortalecida porque essa “aliança representa um campo da nossa cidade”.

A candidatura “expressa um contingente muito grande de mulheres e homens de Porto Alegre que defendem justiça, solidariedade, igualdade, democracia e que veem na nossa candidatura a alternativa mais consistente para derrotar os candidatos que representam outro projeto”.

“Nós [na disputa] temos o prefeito, o vice-prefeito, o ex-prefeito e o ex-vice-prefeito”. Mas “existe muita gente na cidade que quer construir outro caminho e essas pessoas se somam à essa aliança potente entre PCdoB e PT”, declarou.

Fonte: Hora do Povo

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