Governo Bolsonaro é mercador da morte, diz deputada Jandira Feghali

Parlamentar denuncia omissão e negligência do governo no enfrentamento da crise nacional e defende mobilização do Parlamento na luta pela recuperação da economia do País

(Foto: Najara Araújo/Agência Câmara)

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) usou o tempo da liderança da Minoria da Câmara, na sessão desta segunda-feira (21), para conclamar o Parlamento a impedir que Bolsonaro destrua o Brasil.

“Esse governo é mercador da morte, acumplicia-se em crimes ambientais, em desmatamento, em garimpo ilegal, não faz fiscalização e regulação ambiental, minimizou os efeitos da pandemia, como tem feito com a não regulação, fiscalização e punição daqueles que hoje provocam incêndios e crimes no Pantanal, como também em toda a região da Amazônia”, afirmou.

Jandira denunciou que Bolsonaro, além de adotar uma agenda ultraliberal na economia, representa a face mais obscura do capitalismo contemporâneo.

“Não consegue conviver com a democracia nem com as diversas dimensões da liberdade. Isso é característica típica de governos fascistas, que também se pautam na propaganda repetida do que é falso e do que é mentiroso. E é assim que ele se conduz. Ele não gosta da diversidade brasileira, não gosta da maioria do povo negro deste País e não gosta daquilo que pode fazer diferença quanto à sua visão absolutista de poder. Se pudesse, se tivesse força, fecharia este Congresso. Se tivesse força, não existiria o Supremo Tribunal Federal. Se tivesse força, não haveria oposição”, afirmou a deputada.

O pronunciamento teve início com uma homenagem a Paulo Freire, que completaria 99 anos de idade no sábado (19) se estivesse vivo. Em sua fala, a parlamentar destacou que por ter sido um homem que entendeu a educação como liberdade, ele pertence hoje à galeria dos maiores educadores do País.

“Por isso mesmo, o governo escolheu a educação, a cultura e também os cientistas, que têm um saber crítico, como alvos ideológicos, tendo como guru o seu falso filósofo Olavo de Carvalho, e atacou permanentemente Paulo Freire, como também os seus seguidores o fizeram”, observou.

Segundo a parlamentar, o bolsonarismo atacou permanentemente a possibilidade de a educação, a cultura e a ciência serem pautas relevantes na realidade brasileira. “Quem diverge, quem forma visão crítica da sociedade, quem pode formar cidadania e transformação plena não tem vez e não tem voz”, advertiu a deputada.

Para Jandira Feghali, o Brasil está numa situação muito difícil mas o povo não está anestesiado: “Ele está vendo o que está acontecendo, mas precisa sobreviver”. “O ano de 2020 é o ano marcado pela sobrevivência, e é dessa forma que o povo que está encarando. Não é que ele não queira reagir, mas não tem como ir para a rua neste momento. Nem nós da esquerda, de forma coerente, estamos chamando manifestação que aglomere as pessoas. Nós temos coerência e estamos na defesa da vida, e não da morte como faz esse governo”, acrescentou.

A parlamentar alertou que, ante a gravidade da situação por que passa o País, o Legislativo precisa ter consciência das suas posições. Jandira lembrou que, em muitos momentos, foi o Congresso Nacional “que segurou a onda”.

“Este Parlamento aprovou o auxílio de 600 reais e não pode aprovar uma medida provisória com 300 reais. Tem que subir para 600 reais, tem que segurar e tem que aprovar a renda básica por sua iniciativa, porque, se depender desse governo, não teremos aumento real do salário mínimo, não teremos renda básica neste País, não teremos política industrial, não teremos complexo econômico industrial da saúde funcionando, para reduzir a nossa dependência de ficar importando equipamento para gente respirar, importando medicamento”, sublinhou.

“Precisamos ter altivez, soberania. Nós precisamos fazer deste País a potência que ele é. Se depender desse governo, continuaremos ajoelhados, continuaremos de cabeça baixa, continuaremos tendo criminosos no meio ambiente sem qualquer punição, sem qualquer fiscalização, com os órgãos de meio ambiente sendo destruídos, com os órgãos de cultura destruídos, sem política cultural por muito tempo, com as universidades sem orçamento, com as políticas de saúde sem recurso, como fizeram com o orçamento de 2021”, pontuou Jandira.

“Quero fazer um chamamento a este Parlamento: nós precisamos reagir neste momento para o orçamento de 2021. Nós temos que ser a política da vida e não da morte”, acrescentou.

Fonte: Liderança do PCdoB na Câmara

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