Brasil pode fechar 38a. semana epidêmica confirmando queda de casos

Com 36.303 novos contágios, esta quinta-feira tem queda significativa em relação à última quinta-feira (10), quando houve 40.557. Isso pode representar nova queda na curva que termina no sábado (19).

Ubatuba SP, hoje (17), tenta garantir distanciamento entre banhistas e fiscalização durante a pandemia do Covid 19- foto Daniel Linguitte/ Fotos Publicas

Com 36.303 novos diagnósticos positivos por infecção do novo coronavírus registrados em 24 horas, desde o boletim da quarta-feira (16), o Brasil pode confirmar nova queda na taxa de contágios nesta 38a semana epidemiológica. A semana termina no sábado, mas já aponta para taxas menores que as da 37a. semana (6 a 12 de setembro), que já havia representado 30% de queda em relação à semana de 30 de agosto a 5 de setembro. Na última quinta-feira, a taxa de contágio foi de 40.557.

Último bloco de sete listras deve confirmar nova queda na curva de contágios

O Brasil chegou a 4.455.386 casos de Covid-19 desde o início da pandemia. Os dados estão no balanço diário do Ministério da Saúde, divulgado na noite desta quinta-feira (17). A atualização é formada a partir dos dados enviados por secretarias estaduais de saúde.

Existe o receio dos números de contágios começarem a aumentar nos próximos dias, devido à forte flexibilização no distanciamento social visível em praias lotadas, festas clandestinas e bares e restaurantes abertos, assim como aglomerações em parques. Isso, aliado ao aumento da atividade econômica com retorno de multidões ao transporte coletivo, por exemplo, pode repetir o fenômeno da reabertura econômica de outros países que já haviam reduzido sua curva epidemiológica e agora veem uma nova onda de contágios elevando uma segunda curva.

Ainda conforme o sistema do Ministério da Saúde, as vidas perdidas para o novo coronavírus alcançaram 134.935 desde o início da pandemia. Entre ontem (16) e hoje (17), foram acrescidos às estatísticas 829 novos óbitos contra 983 da quinta-feira passada. Ontem, o sistema do Ministério da Saúde marcava 134.106 óbitos. Ainda há 2.396 falecimentos em investigação.

Número de mortes também é menor nesta semana, que na semana passada.

Ainda de acordo com a atualização, 567.369 pessoas estão em acompanhamento e outras 3.753.082 se recuperaram.

Em relação a outros países, o Brasil está em terceiro lugar entre aqueles com mais doentes, depois de EUA e Índia, seguido de Rússia, Peru, Colômbia e México. Permanece em segundo lugar, há meses, no número total de mortes, depois dos EUA, seguido de Índia, México e Reino Unido.

No total de doentes na proporção da população, o Brasil é o décimo país mais atingido pelo contágio, com 20.939 casos para cada milhão de habitantes. O Brasil é seguido dos EUA, com taxa similar de 20.729.

O Peru é o segundo país onde a proporção de mortes distribuída pela população é maior, com 939 óbitos por milhão de habitantes. O Brasil ocupa o 8o. lugar com 634 mortos para cada milhão de habitantes. Bolívia e Chile também estão com taxas piores que o Brasil. Este dado é o que indica o tamanho do luto porque passa o país, devido ao nível de alcance da tragédia na população. Neste caso, os EUA estão em 11o. lugar. Os países mais atingidos pela taxa de óbito foram os que ofereciam piores condições hospitalares para sua população, assim como aqueles em que a população tem mais risco de comorbidades que levam aos casos mais graves da Covid-19.

Covid-19 nos Estados

Os estados com mais mortes são São Paulo (33.472), Rio de Janeiro (17.453), Ceará (8.774), Pernambuco (7.954) e Pará (6.421). As Unidades da Federação com menos vidas perdidas até o momento são Roraima (611), Acre (646), Amapá (688), Tocantins (840) e Mato Grosso do Sul (1.133).

O consórcio da imprensa comparou os dados desta quinta-feira com os de quinta-feira passada para avaliar a evolução de mortes em cada estado. No total, 2 estados apresentaram alta de mortes: RO e PEA BA e o AP, que apresentavam tendência de queda nos óbitos, agora estão estável. O DF e os estados de MT, PI, SE e TO estavam em estabilidade e, hoje, mostram queda.

  • Subindo (2 estados): RO e PE.
  • Em estabilidade, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente (11): PR, RS, MG, RJ, SP, GO, MS, AP, PA, BA e MA.
  • Em queda (13 estados e o DF): SC, ES, DF, MT, AC, AM, RR, TO, AL, CE, PB, PI, RN e SE.
Apenas dois estados tiveram descontrole da doença, enquanto o número de estados com controle da epidemia está diminuindo em relação a dias anteriores.

No mapa de casos, pela primeira vez o boletim epidemiológico não trouxe nenhum estado com aumento nos casos. Do total, 24 Unidades da Federação tiveram redução, sendo as mais expressivas em Santa Catarina (-79%) e Pernambuco (-43%). Permaneceram estáveis Piauí, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

No mapa de mortes, cinco estados apresentaram acréscimos nas taxas, sendo as maiores em Pernambuco (48%) e Minas Gerais (12%). Um estado ficou estabilizado (Rio Grande do Sul) e 21 Unidades da Federação tiveram queda em seus índices, sendo as mais intensas as do Amazonas (-77%) e Pará (-49%).

Variação de casos e óbitos entre as semanas epidemiológicas 36 e 37 – Ministério da Saúde

A maioria dos casos continuou no interior (62%), enquanto a menor parcela ocorreu nas regiões metropolitanas (38%). Já na comparação entre os óbitos, 53% ocorrem nas localidades do interior e 47%, nos grandes centros urbanos.

Queda de 30% no contágio e 13% nas mortes

Hoje o Ministério da Saúde também divulgou o novo boletim epidemiológico da Covid-19, segundo o qual o número semanal de casos caiu 30% e as mortes, 13%. Os números de contágio refletem nos números de óbitos cerca de duas semanas depois, portanto, a atual queda relevante nas últimas semanas pode se refletir em menos mortes nas semanas seguintes.

Evolução do número de novos registros de casos de covid-19 por semana epidemiológica – Ministério da Saúde

O contágio caiu 30% na semana epidemiológica 37 (6 a 12 de setembro) em relação à semana anterior (30 de agosto a 5 de setembro). Já as mortes registraram diminuição de 13% no mesmo intervalo. Foi a primeira vez em que as duas curvas apresentaram uma redução acima de 10% juntas desde o início da pandemia.

Evolução do número de novos registros de óbitos por semana epidemiológica – Ministério da Saúde

A semana epidemiológica SE é uma medida empregada por autoridades de saúde para analisar o desenvolvimento de uma determinada epidemia, sem considerar as variações diárias que envolvem problemas logísticos eventuais que podem ocorrer nas secretarias estaduais de saúde.

Na SE 37 foram contabilizados 192.687 novos registros de casos de covid-19. Na semana anterior (SE 36), o número havia sido de 276.847. A média diária nesta última semana epidemiológica foi de 27.527. A trajetória cresceu e começou uma tendência de queda na SE 29, com uma leve recuperação entre as SE 34 e 36 e agora uma baixa expressiva.

“O Brasil vinha com platô e desde a 29ª semana epidemiológica começou a ter uma tendência de queda. Tivemos um pico no Sul na 35ª semana, mas foi por registro dos novos casos. Quando houve atualização dos casos, já se confirmou uma tendência de redução. Da 36ª para a 37 tivemos redução bastante significativa de 30%”, destacou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros.

Já as mortes nesta semana totalizaram 5.007. Na SE 36, o número havia sido de 5.741. A média diária ficou em 715. “Quando analisamos os óbitos, estávamos com um platô por volta da 23ª, por volta da 29ª já vinha mostrando uma queda gradativa e a 36ª e a 37ª uma redução de 13%. Quando no platô tínhamos por volta de 7 mil, tivemos agora 5 mil nesta última semana”, pontuou Arnaldo de Medeiros.

Testes

Até o momento, foram distribuídos aos estados 6,6 milhões de reações de testes laboratoriais (RT-PCR). Os laboratórios públicos processaram 3,4 milhões de exames. A rede privada realizou 2,5 milhões de testes, totalizando 5,9 milhões. Já os testes rápidos (sorológicos) totalizaram até agora 8 milhões.

Isso coloca o Brasil em 86o. lugar entre os países que mais testam a população. São 68.668 testes para cada milhão de habitantes. Há cerca de um mês, o país tem melhorado sua posição neste ranking, conforme começou a testar mais massivamente a população. No entanto, foi um dos países que mais demorou a começar a testagem, ocupando, até agora, patamares muito baixos no ranking, comparado com países semelhantes.

A China, por exemplo, está em 64o. lugar na testagem, com 111.163 testes para cada milhão de habitantes. Rússia e EUA estão em 20o. e 19o. respectivamente. A Rússia faz 286.054 testes para cada milhão de russos e os EUA 287.089. Estes três países são comparados por terem grandes extensões territoriais, com grande densidade populacional, assim como o Brasil. Entre os vizinhos, o Chile é o país que mais testa, em 46o. lugar, com 153.656 testes por milhão, embora tenha menos de dez por cento da população do Brasil.

A testagem precoce da doença ajudou outros países a definir com mais clareza, com menor subnotificação, o número de casos. Isso contribui para elaborar, mais cedo, políticas públicas mais direcionadas a localidades onde a disseminação do vírus está sendo mais ativa. Também contribui para perceber o quanto antes um indivíduo foi contaminado, rastreá-lo e garantir sua quarentena para que não contamine outros membros do círculo pessoal.

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