Governo Bolsonaro não controla alta dos preços, dizem parlamentares

Segundo o IBGE, enquanto o IPCA subiu 2,44% em 12 meses, a inflação dos alimentos cresceu 8,83% no mesmo período

Arroz está mais caro nas prateleiras - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

A alta dos preços dos alimentos como arroz e feijão causou protesto de parlamentares no Congresso Nacional. Lideranças de vários partidos veem o governo Bolsonaro sem controle sobre a situação que prejudica diretamente a população mais pobre do país. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), enquanto o IPCA (Índice de Preços para o Consumidor Amplo) subiu 2,44% em 12 meses, a inflação dos alimentos cresceu 8,83% no mesmo período.

Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), o governo Bolsonaro demonstra não ter preparo para enfrentar o problema. “A ministra da Agricultura disse que não há nenhum risco de desabastecimento dos itens da cesta básica para o povo brasileiro, mas a realidade que vemos é que há registros de crescimento de mais de 100% dos preços nas gôndolas de supermercados. E a conta sempre fica para o povo”, criticou.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), vice-líder da Minoria na Câmara, lamentou que num momento como este são os vulneráveis quem mais sofrem. “Preços dos alimentos disparando e os mais pobres pagando a conta!”, disparou.

O deputado Márcio Jerry (MA), vice-líder do PCdoB na Câmara, uniu crítica ao governo e uma homenagem ao maranhense Ferreira Gullar ao descrever a situação do país nesta quinta-feira (10). No dia em que o escritor maranhense faria 90 anos, Jerry recordou os versos de “Não há vagas”, de 1963.

“’O preço do feijão/ não cabe no poema. O preço /do arroz/ não cabe no poema. /Não cabem no poema o gás/ a luz o telefone/a sonegação/ do leite/da carne/ do açúcar do pão. Ferreira Gullar, salve”, escreveu, para depois emendar: “Alta do preço dos alimentos, não cumprimento da meta de vacinação, negligência no combate à pandemia do novo coronavírus… desemprego. Tá feia a coisa, viu?”, comentou o parlamentar.

O líder do PSB, deputado Alessandro Molon (RJ) criticou a fala do vice-presidente Hamilton Mourão que fez relação do pagamento do auxílio de R$ 600 com o aumento do preço do arroz. “Na lógica de Mourão, a culpa da alta no preço do arroz é do povo que usou o auxílio emergencial para comprar comida? Tão desonesta e cruel quanto esta afirmação é o corte, pela metade, que o governo Bolsonaro fez nos R$ 600”, disse.

Senadores

O preço da cesta básica já está num percentual acima de dois dígitos. De acordo com o senador Paulo Paim (PT-RS), uma cesta de produtos com arroz, farinha de trigo, açúcar refinado, açúcar cristal, frango em pedaços, carne bovina, carne suína e óleo de soja acumula alta de 28,98%. Ele destaca que os principais prejudicados pela elevação dos preços são os mais carentes.

“A população está em pânico. Os mais pobres e humildes são os mais atingidos. A alta dos preços dos alimentos, somados ao preço do gás, da luz, da água estão comprometendo o pequeno orçamento familiar em tempo de pandemia. E nós não estamos falando aqui nem do aumento de combustíveis. O Brasil precisa urgentemente reorientar a sua rota. Com a atual política econômica, o Brasil terá mais desempregados, pobreza e miséria vão aumentar. Inflação também. Estamos chegando aí à carestia”, disse durante sessão remota.

O senador Weverton (PDT-MA) classificou como “preocupante a alta absurda dos alimentos”. “Arroz e óleo nas alturas, pesando no bolso. Mais um motivo para estender o auxílio emergencial de R$ 600 por mais tempo. A pandemia piorou a já combalida economia do país. É preciso proteger o trabalhador do desemprego e da fome”, escreveu.

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), o presidente Jair Bolsonaro não apresentou uma razão para a alta dos preços. “Bolsonaro não explicou os R$ 89 mil na conta da esposa, não vai saber explicar nada sobre inflação também. O governo não tem rumo. Bolsonaro só tem uma missão: beneficiar os poderosos que o apoiaram. Quem sofre é o povo”, publicou.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) disse que o preço da cesta básica chega a quase R$ 600 em 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Ele afirmou que a redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 vai impedir que famílias consigam comprar comida.

“Bolsonaro condena o povo a passar fome. A economia despenca e os preços disparam. O Brasil precisa cuidar de seu povo. Bolsonaro não está à altura dessa tarefa. Com os governos do PT, o Brasil saiu do mapa mundial da fome. Bolsonaro torra dinheiro com bancos, mas não quer cuidar do povo”, escreveu no Twitter.

Com informações da Agência Senado

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