Guedes diz que salário de R$ 39 mil é baixo: “Deveriam receber mais”

Guedes deu as declarações em um webinar do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) para debater a reforma administrativa

Paulo Guedes e Jair Bolsonaro - Foto: Isac Nobrega/PR

O ministro da Economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, defendeu nesta quarta-feira (9) os altos salários da administração pública federal e quer que os valores sejam ainda maiores que os pagos atualmente, inclusive ultrapassando o teto constitucional de R$ 39 mil. Para Guedes, existe uma distribuição de recursos “quase socialista” no serviço público.

“Os salários da alta administração brasileira eu acho que são muito baixos. Tem muita gente preocupada com o teto [constitucional, de R$ 39 mil], a minha preocupação é o contrário. Nós nem aumentamos ainda, o que eu acho que deve ser aumentado, o teto da carreira. A presidência da República, o Supremo, é evidente que eles têm que receber muito mais do que recebem hoje. Não é nada assim no serviço público brasileiro. É uma distribuição quase socialista”, afirmou o ministro.

Guedes deu as declarações em um webinar do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) para debater a reforma administrativa. Enviada pelo governo ao Congresso na semana passada, a reforma quer acabar com a estabilidade do serviço público para quase todas as carreiras, mantendo-as apenas para as chamadas carreiras típicas de Estado, que envolvem atividades de fiscalização, arrecadação e poder de política. A reforma ainda deixa de fora juízes, promotores e militares.

Como exemplos para ilustrar sua defesa dos altos salários, Guedes usou os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que também participavam da live.

“O Bruno Dantas, que é um jovem, em qualquer banco vai ganhar US$ 2 milhões, US$ 3 milhões, US$ 4 milhões de dólares por ano. É difícil convencer o Bruno a ficar no TCU no futuro. O ministro Gilmar Mendes já é mais difícil de remover, porque já virou a instituição em si. Mas vão tentar levá-lo também. Vai ser difícil reter gente de qualidade aí, a não ser que o setor público entre na lógica da meritocracia”, afirmou.

Abraço de Bolsonaro para Gilmar Mendes

Guedes já havia feito um afago a Gilmar Mendes ao entrar no evento virtual. “O presidente mandou um abraço, viu, ministro? Eu estava em reunião lá com ele”, disse ao ministro do Supremo, que recentemente reverteu decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e manteve Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, e sua esposa foragida Márcia Aguiar em prisão domiciliar.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que rompeu relações com Guedes após o ministro proibir a equipe do Ministério da Economia de almoçar com ele também estava presente.

Guedes disse na live que os dois tiveram “um ou outro desalinhamento, mas é natural”. Maia deixou a reunião antes da fala de Guedes.

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