Governo Bolsonaro é de traição nacional, diz associação de advogados

A ADJC classifica o governo como subserviente aos interesses econômicos e geopolíticos dos Estados Unidos

Bolsonaro bate continência para bandeira dos EUA (Foto: Reprodução)

Em alusão ao Dia da Independência, a ADJC (Associação dos Advogados e Advogadas pela Democracia, Justiça e Cidadania) emitiu nota na qual diz que o governo Bolsonaro afronta a Constituição ao se submeter à política do presidente dos EUA, Donald Trump. “Seu governo tem se caracterizado como de traição nacional”, diz em nota a entidade.

Os advogados veem o governo como subserviente aos interesses econômicos e geopolíticos dos Estados Unidos. “Num gesto repleto de simbolismo e vergonhosa submissão, bateu continência à bandeira Norte-Americana”, diz.

Para a entidade, “serão as forças sociais comprometidas com a democracia que mobilizarão a energia cívica necessária para retirar nossa pátria da humilhação e da vergonha e por novamente o Brasil de pé para construirmos nosso destino como nação!”.

Confira a íntegra da nota

EM DEFESA DA SOBERANIA NACIONAL

A Constituição brasileira, em seu artigo 1º, relaciona como primeiro fundamento da República Federativa do Brasil, a SOBERANIA. E, no artigo 4º, estabelece a independência nacional como princípio que deve reger nossas relações internacionais. 

A história já comprovou que a adoção de uma política externa independente, voltada para os interesses nacionais, é a que traz reais benefícios ao país.

No entanto Bolsanaro rompe com esta orientação. Rompe com os interesses do país e afronta nossa Constituição ao se submeter à política do governo Trump.  Seu governo tem se caracterizado como de traição nacional.

Bolsonaro e seu governo atentam contra a vida do nosso povo ao minimizar a pandemia. Atacam os direitos dos trabalhadores. Agridem a democracia e a Constituição.

Por ocasião do transcurso da data comemorativa da independência do país a ADJC denuncia a afronta à soberania nacional praticada pelo governo entreguista do Presidente.

De maneira subserviente, Bolsonaro submete o Brasil aos interesses econômicos e geopolíticos dos Estados Unidos. Num gesto repleto de simbolismo e vergonhosa submissão, bateu continência à bandeira Norte-Americana. 

Afronta importantes parceiros comerciais do Brasil, como a China e os países árabes para satisfazer Trump e os interesses de seu país.

Seu governo admite perder tratamento especial e diferenciado que o Brasil possui na Organização Mundial do Comércio, com a promessa do governo norte-americano de defender o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o que não ocorreu.

A submissão se expressa, também, na questão relacionada à tecnologia 5G, da China, em que o governo se furta a tomar uma decisão sobre o assunto, pressionado pelos Estados Unidos.

A visita à CIA foi mais um ato de submissão aos interesses dos Estados Unidos e de manifesta aprovação à ação da agência, responsável por golpes a atentados terroristas na América Latina. 

A entrega do pré-sal está em curso, assim como o desmonte da Petrobras e suas subsidiárias. Depois da entrega de ativos como a BR Distribuidora e da decisão da venda das refinarias, a direção da empresa acelera o desmonte da estatal com o fechamento de várias unidades no país. A Transportadora Associada de Gás (TAG), uma rede de gasodutos, foi vendida para empresas estrangeiras.

A decisão de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, a permissão para que cidadãos dos Estados Unidos não precisem de visto para entrar no Brasil, sem qualquer reciprocidade dos EUA, e o apoio brasileiro contra o governo da Venezuela são outras manifestações da submissão.

Bolsonaro declarou, ainda, que pretende fazer uma parceria com os Estados Unidos para explorar a Amazônia. Trata-se de mais uma demonstração de seu propósito entreguista, contra os interesses da pátria e contra a natureza.

O Manifesto Coletivo pela Soberania Nacional, subscrito por inúmeras entidades da sociedade civil, divulgado em 2019, registra, corretamente que: “A nação está de joelhos perante o capital estrangeiro”. E termina conclamando: “Mais uma vez, serão as forças sociais comprometidas com a democracia que mobilizarão a energia cívica necessária para retirar nossa pátria da humilhação e da vergonha e por novamente o Brasil de pé para construirmos nosso destino como nação!”.

É o futuro do Brasil que está em jogo!

Contra o governo de traição nacional de Bolsonaro é essencial a

UNIÃO DO POVO BRASILEIRO EM DEFESA DA

VIDA, DA DEMOCRACIA, DO TRABALHO E DA SOBERANIA NACIONAL!

 Brasília, 7 de setembro de 2020

ASSOCIAÇÃO DE ADVOGADOS E ADVOGADAS PELA DEMOCRACIA, JUSTIÇA E CIDADANIA (ADJC)

Autor

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *