Brasil mantém-se na 11a. semana de pico da pandemia

Covid-19: Brasil registra mais 1.271 mortes e 47,1 mil novos casos, confirmando mais uma semana de pico de casos e mortes.

Secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn comandam blitz para verificar o uso de máscara em bares da Vila Madalena Foto: Governo do Estado de São Paulo

Há quase três meses, o Brasil não consegue sair do pico da pandemia do novo coronavírus. Este é um fenômeno que não se repetiu em outros países. A curva epidêmica de outros países ou está em ascenção ou já apresentou queda e sobe novamente, mas nenhum outro subiu e não voltou mais.

Este é o sinal mais flagrante do descontrole da pandemia. Países como o México ou a Índia ainda não encontraram seu pico, por terem onda de contágio atrasada, enquanto o Brasil já chegou ao pico onze semanas atrás. Países como Espanha e França tiveram seu pico no meio de abril, controlaram significativamente os contágios nos meses seguintes e começam, desde agosto, a apresentar nova onda ascendente. Embora tenham flexibilizado o distanciamento social quando o número de contágios caía significativamente, acredita-se que estes países tenham flexibilizado demais, enquanto o vírus ainda circulava com muita gente sem imunidade.

No caso do Brasil, a flexibilização ocorre em pleno pico da curva, o que impede sua queda. Posturas negacionistas de governos tornaram possível a naturalização das mortes e contágios convivendo com a reabertura econômica. O esgotamento da população pela longa quarentena sem acompanhamento de medidas sanitárias, coordenação governamental e apoio econômico, faz com que se aceite o retorno da rotina sem que tenha havido controle dos contágios.

Compare abaixo as curvas do Brasil com outros países:

Hoje, os números do balanço diário do Ministério da Saúde confirmam a continuidade torturante desta estabilidade da pandemia. Registrou-se 1.271 novas mortes e 47.134 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas. A atualização sistematiza dados enviados pelas secretarias estaduais de saúde acerca do avanço da pandemia.

Com os novos óbitos acrescidos às estatísticas, o total de mortes desde o início da pandemia chegou a 116.580. O resultado marca aumento de 1,1% sobre a soma trazida pela atualização ontem, quando o número de falecimentos estava em 115.309. Ainda há 2.868 mortes em investigação.

Ainda conforme o boletim epidemiológico, o total de casos confirmados acumulados atingiu 3.669.995. A soma representa acréscimo de 1,3% ao total registrado pelo sistema do Ministério da Saúde ontem, de 3.622.861 pessoas infectadas desde o início da pandemia.

As estatísticas são menores aos domingos e segundas-feiras em razão da dificuldade de alimentação dos dados pelas secretarias de saúde aos fins de semana. Já às terças-feiras há tendência de números maiores em função do acúmulo de registros que são enviados ao sistema do Ministério da Saúde.

A atualização do Ministério registrou ainda 705.020 pessoas em acompanhamento e outras 2.848.395 que já se recuperaram da doença. 

A taxa de letalidade (número de mortes pelo total de casos) ficou em 3,2%. A mortalidade (quantidade de óbitos por 100 mil habitantes) atingiu 55,5. A incidência dos casos de covid-19 por 100 mil habitantes é de 1746,4.

Covid-19 nos estados

Os estados com mais mortes registradas foram São Paulo (28.912), Rio de Janeiro (15.560), Ceará (8.339), Pernambuco (7.425) e Pará (6.078). As unidades da federação com menos óbitos são Roraima (582), Acre (607), Tocantins (610), Amapá (642) e Mato Grosso do Sul (767). Tocantins, que estava na parte de baixo do ranking, ultrapassou Roraima e Acre.

Boletim epidemiológico covid-19
Boletim epidemiológico covid-19 – Ministério da Saúde
  • Subindo: RJ, GO, AP, TO e BA.
  • Em estabilidade, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente: RS, MG, SP, DF, MS, MT, PA, RO, PB e RN.
  • Em queda: PR, SC, ES, AC, AM, RR, AL, CE, MA, PE, PI e SE.

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